Com intensa estiagem, rio Paraguai atinge menor nível da história em MS

Segundo o Serviço Geológico do Brasil que monitora o rio desde 1994, situação do rio pode ficar ainda mais crítica se não houver chuva na região.

| G1 / FLáVIO DIAS, G1MS


Em Mato Grosso do Sul a intensa estiagem no Pantanal contribuiu para que o Rio Paraguai atingisse nessa segunda-feira (14), o menor nível da história, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). O órgão monitora o nível do rio há 26 anos.

Conforme o órgão, na região de Ladário e Corumbá, o nível do rio não para de cair e hoje está em 29 centímetros. Em anos normais, nessa mesma época do ano, o rio passa dos três metros.

A previsão para os próximos dias não são animadoras e análise do Serviço Geológico aponta que a situação poderá ficar ainda mais complicada e em 25 dias, o rio pode atingir seu nível mais crítico, chegando a 30 centímetros abaixo da cota que é considerado o nível mínimo na região de Ladário.

Segundo o pesquisador Serviço Geológico do Brasil , Marcelo Parente Henriques, desde o mês de junho, o monitoramento dos níveis dos rios já indicava a tendência de uma seca severa na região.

Matéria do Jornal Hoje mostra a formação de bancos de areia no leito do rio Paraguai. Veja abaixo:

De acordo com o registro do histórico de dados nas estações, os meses de junho e julho concentram dois terços do auge das cheias anuais da região: “No final de junho, quando ocorrem normalmente os picos das cheias na região, neste ano, a bacia do rio Paraguai já apresentava cotas de nível d’água dos rios muito abaixo do normal em Cáceres, Porto Conceição, Ladário, Porto Murtinho e Cuiabá, o que já sinalizava para a possibilidade de ocorrência de uma vazante mais rigorosa', explicou.

Sem a cheia, os campos pantaneiros não alagaram e a vegetação aquática secou e virou combustível para as chamas.

O tempo seco e o calor continuam. Os termômetros têm registrado nesta segunda feira em torno de 32º, mas no último domingo (13) a cidade registrou a maior temperatura do estado: 40,6ºC com sensação de 50ºC e a umidade relativa do ar em apenas 11%. A sensação é de deserto.

Para o rio voltar a ter grandes volumes de água vai precisar chover muito na região norte do Pantanal, em Mato Grosso.

O Pantanal não vê uma se seca assim, tão severa há mais de 50 anos, segundo os pesquisadores da Embrapa Pantanal.

E para quem navega por aqui a atenção precisa ser redobrada para não acabar batendo em bacos de areia e pedras pelo caminho.

A situação do rio, conforme pesquisadores do CPRM contribui para o agravamento das queimadas na região do Pantanal. Segundo o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama, em 2020, a estimativa é que área queimada em Mato Grosso do Sul chegue a 1,45 milhão de hectares.