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Queimadas no Pantanal começam a ser controladas
Mais de 20 mil hectares de vegetação nativa foram destruídos na região
| CORREIO DO ESTADO / SúZAN BENITES
Após quatro dias de combate às queimadas no Pantanal de Corumbá, equipes que trabalham no local acreditam na extinção dos focos na região da Fazenda Santa Tereza. A operação teve início na terça-feira (21) e envolve equipe terrestre e três aeronaves para apagar os focos de calor que atingiram a região norte do município.
Na sexta-feira (24), a estimativa de bombeiros e brigadistas era de eliminação dos focos que circundavam a morraria que integra a Serra do Amolar. Área definida como prioridade pela força-tarefa coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) e Corpo de Bombeiros
Segundo o diretor do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), ong que integra a força-tarefa, Ângelo Rabelo, o fogo era intenso na região. “O lançamento de água e os combates por terra evoluíram para a extinção do fogo, que era muito intenso na região. A perda da biodiversidade é inestimável, com uma grande mortandade de animais silvestres, além de abrigos, ninhais', considerou.
Ainda de acordo com Rabelo, somente na fazenda Santa Tereza, mais de 20 mil hectares de vegetação nativa foram destruídos. “Na região do Paraguai-Mirim as comunidades também foram atingidas, ou pela intensa fumaça ou pela perda ambiental', acrescentou.
FORÇA-TAREFA
Com previsão de extinção dos focos de calor próximos a morraria, a força-tarefa criada pelo Governo do Estado para combater as queimadas no Pantanal de Corumbá se desloca para outras áreas críticas, mobilizando três aeronaves e pelo menos 50 homens, entre bombeiros, pilotos, brigadistas e pessoal de apoio.
Na manhã de sábado (25), os aviões Air Tractor, do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso e do Distrito Federal, fizeram os últimos lançamentos de água na região da Baía Vermelha, especificamente na Baía do Cedro, que também integra área da Fazenda Santa Tereza. Sobrevoo na região verificou que existiam apenas dois focos, que também estão sendo combatidos por terra.
A equipe de combate aos focos de incêndio no Pantanal foi criada após a gestão estadual registrar, de janeiro a abril de 2020, um número 40% maior de focos de queimadas na região em relação ao mesmo período do ano passado. Somente em abril são mais de 360 focos no Pantanal.
“Tivemos de tomar algumas medidas emergenciais imediatas em reação ao que foi detectado pela Sala de Situação, que monitora a evolução dos focos. O que aconteceu em março e vem acontecendo em abril é algo que nós esperávamos que só acontecesse a partir de junho. Nós estamos com indicadores que apontam quase dois meses de antecipação do tempo seco', informou o titular da Semagro, Jaime Verruck.
REFORÇO
A força-tarefa reforçou o combate por terra em outros pontos de incêndios, próximos ao Rio Paraguai – Jatobazinho e portos Mangueiral e Laranjeira -, em cujos locais é possível chegar de barco. Com a intensidade dos incêndios florestais se deslocando mais para o Sul em relação à Serra do Amolar, os esforços da força-tarefa passam a se concentrar na região do Paraguai-Mirim, uma comunidade tradicional distante 150 km por água de Corumbá.
Incêndios florestais no Pantanal ocorrem desde março, período do ano em que a região afetada começa a encher com a chegada das águas pluviais das cabeceiras do Rio Paraguai. No entanto, neste ano o baixo índice pluviométrico mantém as áreas secas e o acumulo de biomassa e as altas temperaturas causam focos, que são, na maioria dos casos, provocados pelo homem.