Fala minha criança
Declame uma poesia
Derrame todo o teu amor
Inspire, grite, ria

Quer um picolé minha criança?
Escolha: abacaxi, laranja, limão
Refresque a tua garganta
Solte a tua voz grave na imensidão

Inspire, respire, suspire
Pois tu és um dentre os magos
Menino poeta da Vila
Escreva teu nome na pedra da História
Pois és da criação a argila
Da luta, a glória

Viaje poeta, viaje
Asfalto, terra, água, ar
Esgote toda a tua energia límpida
Nas linhas tênues do papel
Poetize, poeta
Pois tua poesia é magia, carrossel

Tua vida inteira é algodão-doce
Picadeiro, palhaço, futebol
Segundas, domingos, chuva e sol

Como descansardes minha criança
Eis que o seu cansaço é do intelecto
Qual o teu nome rica e delirante infância?
És poeta da alma, do corpo e do sol
E agora és dono do teu pedaço de mar

Descansa minha criança
Eis que eternizas ou teu pensar
Nas doces linhas da esperança
Nas tuas emoções de flor e de pele
De céu, de rosa e jardim

Desfrute as tuas lembranças
Sobre as suas perenes palavras Douradas
Voe rumo ao infinito
E seja sempre essa eterna e doce criança.

Joaquim Carlos Klein de Alencar (Carlinhos).

Para o Tio Dadu,

Do seu sobrinho, Carlinhos.

Dourados, 10 de setembro de 2021.

...

SÓ MAIS UMA BAIXA

Quando o soldado morre é mais uma baixa,
fruto do insano ódio que destrói,
mas os imbecis colocam uma faixa,
dizendo ser de um herói.

Ninguém liga pra sua sensibilidade,
o que importa é a hierarquia,
não importa a sua felicidade,
e pensar, nem pensar, é uma heresia.

São autômatos no quartel,
são fantoches que não precisam de amor,
os inimigos pra êles são um troféu,
nem interessam se sentem dor.

Mas os poetas também são guerreiros,
nosso arma é a emoção,
semeando o amor somos os primeiros,
pra amenizar a tristeza oferecemos uma canção.

Usamos até a nossa experiência,
pra nossa luta de semeadura,
lutamos contra a violência,
simplesmente semeando ternura.

É uma delícia essa luta, apesar de uma dose de loucura,
porque precisamos purificar nossos pensamentos,
nos irmanamos com muita ternura,
confraternizando com os nossos sentimentos.

Nossa arma não é o fuzil que dispara.
chamas pra matar um inocente,
porque o amor nos ampara,
e dele plantamos a semente.

Quem quer a nossa parceria?
quem quer fortalecer nosso batalhão,
o amor é um sentimento que contagia,
mas precisamos aquecer o nosso coração.

Vem, você pode somar nessa luta,
vem, vamos levantar essa bandeira com poesia,
no nosso confronto vamos vencer essa disputa,
semeando amor, paz e alegria.

Adail Alencar Taveira.

Dourados, 21-07.2.014. às 16:36 hs.