Serie A
Vasco ganha apoio do Governo Federal para liberação do público em São Januário
Nesta terça, o Vasco agendou uma reunião com o Procurador Geral de Justiça para discutir o TAC, e recebeu o apoio da Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco
| TRIVELA
O Vasco ganhou um apoio de peso na luta pela liberação do público em São Januário e avançou no seu pleito. Nesta terça-feira, a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, entrou na campanha para que o estádio seja liberado para receber torcedores. Além disso, o Cruz-Maltino também informou que apresentou ao Procurador Geral de Justiça, Dr. Luciano Mattos, pedido de Termo de Ajuste de Conduta (TAC). E uma reunião nesta quarta-feira pode ajudar a definir a situação de São Januário.
Em uma publicação nas redes sociais, Anielle Franco afirmou que vai atuar pela liberação de São Januário. A ministra informou que o Ministério da Igualdade Racial enviará um ofício à Procuradoria Geral do Ministério Público do Rio de Janeiro, Luciano Mattos. Este é o mesmo PGJ que recebeu o pedide do TAC do Vasco e que terá uma reunião com representantes da Vasco SAF e da Associação “para discussão da proposta apresentada pelo Vasco e adoção dos próximos passos”. O encontro foi marcado para às 15h.
Como entrou com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, depois de ter seu pedido negado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o Vasco agora discute o TAC com a Procuradoria Geral do Ministério Público. Assim, o TAC não está mais sob responsabilidade do procurador Rodrigo Terra, do Ministério Público, que pediu a interdição de São Januário.
No último domingo, Gisele Cabrera, diretora jurídica da SAF do Vasco, afirmou que o clube estava com “conversas muito avançadas” para a formalização do TAC. Só faltariam “alguns termos”. Quando o TAC foi assinado, o processo que está interditando São Januário será extinto.
O Vasco da Gama informa que na tarde desta terça-feira (05/09) apresentou ao Procurador Geral de Justiça, Dr. Luciano Mattos, pedido de Termo de Ajuste de Conduta (TAC), um importante passo para liberação de público em São Januário.
Mesmo na esperança de ter a liberação de São Januário em breve, o Vasco já confirmou a realização do clássico com o Fluminense, no dia 16 de setembro, no Nilton Santos. Assim, o Vasco deve – e espera – voltar a Colina, com torcida, na rodada seguinte do Brasileiro, contra o Coritiba.
Além das catracas com reconhecimento facial, que já vem sendo instaladas em São Januário, o Vasco vai tomar outras medidas com a formalização do TAC. De acordo com o “GE”, o clube vai aumentar o número de catracas e de câmeras internas, e também vai ajustar a abertura dos portões para o sentido da saída.
Ministra diz que decisão “fomenta criminalização e racismo”
Na publicação feita nas suas redes, a ministra Anielle Franco afirmou que a interdição de São Januário “tem prejudicado sobretudo a geração de renda dos trabalhadores da região, que são majoritariamente pessoas negras e pobres”. Ela citou a decisão do TJ-RJ, que utilizou argumentos elitistas e preconceituosos contra a Barreira do Vasco, e disse que “órgãos de justiça não devem perpetuar em suas decisões ações e atos discriminatórios”.
– Na decisão, apontou-se que a proximidade com a favela da Barreira do Vasco é um dos motivos para que não se tenha condições de segurança no estádio. Os órgãos de justiça não devem perpetuar em suas decisões ações e atos discriminatórios, fomentar a criminalização e racismo vai contra a nossa constituição e o dever do Estado brasileiro. Nós do Ministério da @igualracial_gov encaminharemos um ofício ao PGJ do @MP_RJ externando nossa preocupação com a estigmatização que esta decisão criou – afirmou Anielle Franco.
– O racismo ocorre dentro e fora do campo, nossa equipe pretende fazer uma escuta com os trabalhadores da região para pensarmos junto com órgãos do estado e do município medidas de mitigação deste impacto. Toda solidariedade ao Clube de Regatas Vasco da Gama, sua torcida e todos os moradores de favelas e periferias afetados por esta ação. Fui capitã do time e tenho um carinho pelo time. Avancemos no combate ao racismo e todo e qualquer tipo de discriminação e criminalização – completou a Ministra em outro trecho.
Entenda as punições sofridas pelo Vasco
Desde a confusão na partida contra o Goiás, pelo Campeonato Brasileiro, no fim de junho, o Vasco vem sofrendo com punições esportivas e pela justiça comum. O Vasco foi punido pelo STJD com quatro jogos sem público – já cumpridos. Além disso, com uma decisão polêmica e baseada num relato preconceituoso de um juiz, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro interditou inicialmente o Estádio de São Januário para receber qualquer tipo de evento esportivo. Em seguida, a Justiça liberou o local para receber jogos, mas sem público. O clube recorreu e estava confiante de que conseguiria a liberação, mas, na última quinta, o TJ manteve a interdição para o público. Assim, São Januário já está fechado para o público há 75 dias.
Após a manutenção da proibição de público em São Januário, o Vasco aumentou a mobilização e lançou um manifesto criticando a decisão e pedindo a liberação do estádio. Além disso, no último domingo, durante a partida contra o Bahia, na Arena Fonte Nova, milhares de torcedores do Vasco se reuniram em São Januário para acompanhar a partida e se manifestarem pela liberação da Colina para a torcida.
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