Cinco perguntas que Fernando Diniz terá que responder em início na seleção brasileira


Fernando Diniz vive os primeiros dias efetivos como técnico da seleção brasileira. Em Belém com boa parte dos convocados, o técnico já pensa na estratégia para as partidas contra Bolívia e Peru, dias 8 e 12 de setembro, pela abertura das eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

Com contrato assinado por um ano, até a por enquanto teórica chegada do italiano Carlo Ancelotti para comandar a seleção já na Copa América de 2024, Diniz chega repleto de expectativa ao cargo mais almejado do país e tem a missão de iniciar bem a campanha do Brasil rumo ao Mundial.

Um começo positivo de trabalho depende de uma junção de fatores e também da qualidade do futebol que a seleção apresentará a partir desta sexta-feira (8). Mas, antes de entrar no mérito do 'futebol bonito', algo puramente subjetivo, Diniz terá outras questões a esclarecer em seu início no cargo.

Veja abaixo os 5 pontos:

Quem vai ser o goleiro titular?

A convocação de Fernando Diniz evitou surpresas na hora de escolher os goleiros. Alisson e Ederson, dupla de Liverpool e Manchester City que já faz parte do ciclo desde antes da Copa do Mundo de 2018, juntou-se Lucas Perri, titular do Botafogo que assumiu a vaga do machucado Bento, do Athletico-PR.

Se na era Tite não haveria dúvidas de que Alisson seria o camisa 1 e dono da posição, a troca de comando oferece a oportunidade de uma disputa de posição. E, pelo que Diniz costuma exigir de seus goleiros, é natural pensar que Ederson saia em vantagem.

Atual tricampeão inglês e da Europa com o Manchester City, Ederson tem qualidade de sobra para atuar com os pés, não à toa é adorado por Pep Guardiola, que também exige isso de seus jogadores. Será essa qualidade suficiente para largar na frente na briga pela camisa 1 sob comando do novo técnico?

Marquinhos e mais quem na zaga?

Thiago Silva faz parte do passado da seleção. Éder Militão, machucado, ficará fora por vários meses do Real Madrid e também da seleção. E isso abre um espaço no time titular, que, por hierarquia, tem apenas Marquinhos como garantido no sistema defensivo.

Gabriel Magalhães, do Arsenal, Ibañez, do Al Ahli, e Nino, do Fluminense, são os postulantes à vaga aberta na defesa da seleção. Dos três, é claro que Diniz conhece mais o zagueiro do Tricolor, seu capitão no time carioca e que sabe como poucos o que o técnico exige de alguém da posição.

Mas Gabriel e Ibañez já fazem parte do ambiente da seleção há mais tempo, a ponto de brigarem por vaga na convocação da última Copa do Mundo. Os treinos em Belém ditarão quem fará companhia a Marquinhos, mas aqui a briga parece aberta.

O que será de Neymar?

Enquanto há dúvidas sobre o goleiro titular e o parceiro de Marquinhos na defesa, é inegável que Neymar será o centro da seleção brasileira de Fernando Diniz. O técnico bancou a convocação do camisa 10, que não joga pelo país desde a eliminação na Copa, e viu os elogios serem recíprocos, com o atacante deixando clara a preferência por Diniz para a vaga deixada por Tite.

A relação entre os dois promete ser especial, mas a dúvida é como Neymar será aproveitado nos primeiros jogos do técnico na seleção – ainda mais por sequer ter atuado desde que chegou ao Al Hilal.

Neymar jogará na função de camisa 10, solto para atuar livremente no meio-campo? Ou pode ser aproveitado como um ponta pela esquerda, na vaga do cortado Vinicius Jr.? Ou ainda quem sabe como um falso 9, como referência ofensiva? Dúvidas que Fernando Diniz vai tirar durante os treinos da semana e, especialmente, quando a seleção entrar em campo contra a Bolívia no Mangueirão.

Como montar o time sem Vinicius Jr.?

Por falar em Vinicius Jr., hoje é difícil pensar uma escalação da seleção brasileira sem o destaque do Real Madrid. Mas é esse o desafio de Diniz, já que, dias antes de se apresentar à comissão técnica, o atacante sofreu uma lesão que deve deixá-lo parado por até seis semanas.

Sem o camisa 7 merengue, resta a dúvida: quem jogará no lado esquerdo do ataque do Brasil? O sucessor natural da posição é Gabriel Martinelli, cada vez mais consolidado no Arsenal e que deve largar na frente ao menos para a estreia contra a Bolívia (desde que, claro, a ideia não seja colocar Neymar em sua antiga posição).

Os demais atacantes de lado de campo (Rodrygo e Raphinha) atuam preferencialmente pelo lado direito e devem disputar espaço na outra ponta, enquanto os outros (Richarlison, Matheus Cunha e Gabriel Jesus) são rivais pela camisa 9.

Quem vai se adaptar a quem?

Fernando Diniz é, talvez com muitas sobras, o técnico de futebol mais autoral a dirigir a seleção brasileira nas últimas décadas. Seja no Votoraty, onde começou a carreira, até o Fluminense, seu atual clube, o técnico é capaz de rapidamente fazer com que seus jogadores assimilem seu método de jogar futebol e consigam implementar as ideias em campo.

Mas e na seleção? Nos clubes, Diniz conta com o dia a dia de treinos para fazer os atletas entenderem seu método de trabalho e a maneira que pensa futebol. Com o Brasil, especialmente agora nessa primeira semana, o técnico terá menos de dez dias com os jogadores e duas partidas a fazer.

Tudo isso aumenta a curiosidade de como será a seleção de Fernando Diniz.



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