A calistenia é uma modalidade de treinamento físico que utiliza o peso do próprio corpo, dispensando acessórios, visando garantir condicionamento físico, resistência e força. Essa técnica é empregada na ginástica, no crossfit e nos variados treinamentos funcionais.

Esse método surgiu por volta do século XIX e se moldou na ginástica sueca. Ao longo dos anos, chegou a outros países do mundo – como os Estados Unidos – e sofreu adaptações e estudos. A praticidade e a autonomia da calistenia atraíram a atenção de educadores físicos e das pessoas adeptas à vida saudável.

A metodologia de treinamento possibilita que as pessoas não dependam de halteres, anilhas ou grandes aparelhos, tendo em vista que a sobrecarga é garantida pelo próprio corpo. Durante a prática do exercício, o indivíduo resiste à ação da gravidade.

Os exercícios calistênicos podem ser praticados em qualquer lugar: em casa, praças ou parques. Com isso, os praticantes não precisam ficar limitados aos espaços das academias de ginástica.

A execução dos movimentos estimula consciência corporal, mobilidade, flexibilidade e coordenação motora, afinal, envolve várias partes do corpo, como peitoral, costas, braços, pernas e região abdominal.

Alguns dos exercícios costumeiramente praticados na calistenia são flexão, diferentes tipos de agachamento, tríceps no banco, entre outros. No entanto, a escolha de cada atividade varia conforme as necessidades do praticante e deve ser analisada por um educador físico.

Pesquisa publicada no jornal Circulation, da American Heart Association, aponta que adultos ativos que praticam de duas a quatro vezes na semana uma atividade física moderada ou vigorosa apresentam queda no risco de morte prematura.

Benefícios da calistenia

As atividades calistênicas promovem resultados positivos para a saúde e também para a estética. Por isso, podem ser realizadas sem restrição de idade, apesar de serem levadas em consideração comorbidades e outras restrições, conforme aponta o educador físico Lucas Aquino em entrevista ao portal UOL.

À agência Tua Saúde, o também educador físico Carlos Bruce indica que alguns benefícios dos exercícios da calistenia são o aumento da consciência corporal e da aptidão física, o desenvolvimento do equilíbrio corporal e da mobilidade articular, o combate ao excesso de peso e ao sedentarismo.

Além disso, essa modalidade de treinamento físico promove a melhora do quadro da saúde mental, combatendo o grau de ansiedade. Ocorre também a ativação do metabolismo e o crescimento da taxa de massa muscular, fator que atrai muitos praticantes das atividades físicas, destaca Bruce.

O Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) lista, anualmente, as dez atividades físicas mais praticadas no setor fitness. A calistenia permaneceu na quinta posição das modalidades mais seguidas em 2022. Já em 2023, esse tipo de treinamento subiu para a terceira posição do ranking, indicando que as pessoas têm procurado os benefícios da calistenia.

Cuidados ao praticar a calistenia

De acordo com o instrutor Carlos Bruce, apesar dos benefícios e do aumento da procura pela calistenia, os praticantes devem tomar precauções antes de iniciar as atividades físicas. A procura por um treinador formado em educação física é necessária, pois evita a ocorrência de lesões físicas, como rompimento do joelho e torções no tornozelo.

Caso uma rotina de exercícios seja empregada pelo praticante por conta própria, há a possibilidade de os benefícios não serem adquiridos em sua maior quantidade, aponta Bruce.

A personal Luciana Gusmão enfatiza, em entrevista ao Correio Braziliense, que o traje dos praticantes de exercício é outro ponto de atenção. A escolha afeta a mobilidade e a reação térmica do corpo. O short fitness é uma opção que oferece proteção UV e garante a sensação de frescor durante o ritmo acelerado do exercício.

Já o preparador físico e professor universitário Paulo Vasco indica, ao Diário do Nordeste, que pessoas com comorbidades, como disfunções metabólicas ou complicações orgânicas, devem procurar o médico antes de iniciar as atividades calistênicas. Essa medida é informada pelo próprio educador físico antes de produzir a lista de exercícios.

Cada indivíduo possui sua própria aptidão física, por isso o treinador seleciona a intensidade, a carga, a sequência e a duração certas para cada ficha de atividades. Essa supervisão é necessária para a não ocorrência de lesões ou piora no quadro de saúde de uma pessoa já doente, destaca Vasco.

Idosos podem fazer calistenia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que pessoas a partir dos 65 anos pratiquem atividades físicas, seguindo recomendações, como carga moderada, de preferência em grupo e no mínimo três dias por semana. Além disso, a entidade aponta que 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de intensas são suficientes para uma semana.

Os exercícios físicos são essenciais para os idosos e a calistenia é uma oportunidade de modalidade para eles, afinal, possibilita o fortalecimento dos ossos e das articulações. Consequentemente, a atividade reduz o risco de queda nos idosos, ajudando ainda no controle glicêmico.

Entre 2009 e 2020, o número de brasileiros que praticam atividades físicas durante o tempo livre aumentou. A porcentagem partiu de 30,3% para 36,8%, de acordo com uma estimativa publicada pelo Ministério da Saúde. Os habitantes de Florianópolis e de Fortaleza eram os que mais praticavam exercício físico até 2020.



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