Rosamaria tinha apenas 19 anos quando ouviu o conselho do próprio José Roberto Guimarães. Àquela época, era uma das maiores promessas do vôlei brasileiro. Jogava como oposta, mas o técnico via talento para que ela ocupasse outras partes da quadra. Hoje, ao se apresentar, também, como ponteira, é uma das referências da seleção para a disputa da Liga das Nações. O Brasil encara a Coreia do Sul nesta quarta-feira, às 21h, com transmissão do sportv2 e cobertura em tempo real do ge .

No material de divulgação da seleção, Rosamaria é a única apresentada como ponteira e oposta. Nos últimos anos, no vôlei italiano, cresceu ao se firmar nas duas posições. Tanto que ganhou espaço no grupo e foi um dos destaques nas conquistas da prata nas Olimpíadas de Tóquio e no Mundial. Tudo por ter seguido aquele conselho de Zé Roberto.

- Versátil, né? Eu tento fazer as duas funções da melhor maneira possível, sem focar exatamente em uma ou na outra. É difícil definir. Eu também não sou tão alta. Então, é uma característica interessante. Botei fé nessa ideia dele. Trabalhamos muito e vi que seria um ponto a desenvolver. Dito e feito. Tudo o que aconteceu na minha carreira até hoje foi por conta dessa versatilidade.

A versatilidade de Rosamaria ultrapassa os limites da quadra. Fora do vôlei, a jogadora também atua como modelo e faz sucesso nas redes sociais. Além disso, dá seus primeiros passos no empreendedorismo. Lançou uma marca de joias no ano passado e pretende investir em outros ramos no futuro. Até se arriscou na culinária em um concurso feito pelo seu antigo time – ainda que não seja tão versátil assim na hora de cozinhar.

- Acho que o lado de cozinheira a gente pode deixar para lá. Não passo fome. É uma habilidade que eu gostaria de desenvolver. Eu morei esses quatro anos na Itália, uma coisa ou outra eu aprendi. Mas confesso que não me arrisco muito. De resto, sim. Tem o lado do empreendedorismo, que eu estou tentando desenvolver. Vôlei é minha prioridade, mas por que não explorar as nossas versões? É o que eu tento fazer.

O lado empreendedor, ela diz, é herdado da mãe, Adelir. É nela que Rosamaria se inspira ao expandir seu olhar para fora do vôlei.

- É uma coisa que eu sempre fui muito influenciada pela minha mãe. Não tem nada do ramo de moda, nem nada, mas é uma empreendedora. Sempre foi uma mulher muito forte, à frente de seu próprio negócio. Eu tenho esse negócio de liderança meio natural. Eu sempre quis ter alguma coisa minha. Sempre quis comandar alguma coisa. Sou meio impetuosa nesse sentido. É uma coisa para o pós-carreira, obviamente. Mas eu já tento desenvolver porque me faz bem, até me ajuda no próprio esporte. Isso me ajuda a relaxar nos momentos vagos. Estou aí, com calma, tentando qual rumo quero seguir.

Em quadra, Rosamaria também se transformou em uma referência para as mais jovens. Mesmo aos 29 anos, é uma das jogadoras com o currículo mais extenso no grupo de Zé Roberto. Ao passar sua vivência, relembra os primeiros passos na seleção.

- Acho que é uma coisa muito natural essa troca que todas nós temos. Até as mais novas nos ensinam muito. E eu tento passar para elas o que já vivi. Eu já estive no papel delas – e parece que foi ontem. Hoje, me encontro como uma das mais experientes do grupo. Acho que é uma troca muito interessante, só tem a acrescentar. Conversamos muito sobre o que já vivemos, sobre as expectativas delas também. Tenho muito orgulho disso. Eu tive outras meninas que foram espelho para mim, que me guiaram nessa chegada na seleção. Também tento fazer isso com elas.

O Brasil encara a Coreia do Sul na primeira partida da semana em Brasília. Depois, a seleção ainda encara Sérvia, Alemanha e Estados Unidos. Confira as datas e horários abaixo:

Quarta-feira, 14/06 21h - Brasil x Coreia do Sul

Quinta-feira, 15/06 21h - Brasil x Sérvia

Sábado, 17/06 14h - Brasil x Alemanha

Domingo, 18/06 10h - Brasil x Estados Unidos