Câncer renal: tabagismo e obesidade estão entre os principais fatores de risco da doença

Com sintomas pouco específicos, tumor que afeta os rins pode ser altamente letal se não identificado em estágio inicial; Especialista explica os principais sintomas e tratamento deste tipo de câncer

| ASSESSORIA


O câncer de rins é uma doença silenciosa que tem 30% dos diagnósticos realizados em estágios avançados ou já em fase de metástase. Por conta dessa descoberta tardia, 1 em cada 2 pacientes diagnosticados com tumores renais acaba morrendo, de acordo com o Organização Mundial da Saúde (OMS).

Considerada relativamente incomum, a doença atinge 150 mil pessoas no mundo, em sua maioria homens na faixa etária de 50 aos 70 anos. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) não disponibiliza estatísticas oficiais sobre este tipo de câncer, mas em levantamento realizado pela instituição em 2018 a pedido de entidades voltadas ao combate da doença foi revelado um cálculo aproximado da estimativa do número de casos para tumores de rim no Brasil: 6.270, afetando 3.760 homens e 2510 mulheres.

Segundo a American Cancer Society (ACS), nos EUA, em 2018 foram estimados cerca de 63 mil novos casos de câncer renal, sendo 42 mil em homens e 22 mil em mulheres, além de 14 mil óbitos.

"Em seus estágios iniciais, o câncer de rim costuma apresentar poucos sintomas e, muitas vezes, seu diagnóstico é feito como um achado ocasional em exames de imagem realizados por outras razões" destaca Andrey Soares, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO), unidade São Paulo do Grupo Oncoclínicas.

Ainda segundo o especialista, um pequeno número de pacientes tem massa abdominal palpável, dor e presença de sangue na urina. Outros sintomas tais como, falta de ar, emagrecimento e dores ósseas podem ser consequência das metástases da doença. "A confirmação do diagnóstico só é possível após a análise do patologista que muitas vezes ocorre após abordagem cirúrgica da lesão ou biópsia de alguma metástase", ressalta o Dr. Andrey.

Tipos

Há 5 diferentes tipos de câncer renal, sendo eles: Carcinoma Renal de Células Claras: conhecido com RCC (Renal Cell Carcinoma) é o mais comum, ocorrendo em 70% a 90% dos casos. Ele tem origem no tubo responsável por filtrar as purezas do sangue. Carcinoma Papilar: Menos comum, este câncer atinge cerca de 10% a 15% dos casos. É um tipo agressivo que pode causar metástase. Costuma causar obstrução das vias urinárias, gerando dor. Existe o carcinoma papilar tipo 1 e o tipo 2. Carcinoma Renal Cromófobo: Ocorre em cerca 5% dos casos e é considerado um dos menos agressivos. Ductos Coletores: Tipo de câncer extremamente raro que afeta uma estrutura do rim chamado Tubo de Bellini. Sarcomatóides: Em geral ocorre em concomitância aos outros tipos, principalmente ao carcinoma de células claras, sendo um componente do mesmo e com características mais agressivas.

Causas e tratamento

O câncer renal tem causas variadas como tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, insuficiência renal terminal e histórico familiar, bem como algumas síndromes clínicas raras, presença de doença renal cística adquirida, uso prolongado de analgésicos não esteróides, e exposição ocupacional a alguns agentes como cádmio e derivados de petróleo, entre outros. O médico Andrey Soares explica que a escolha do tratamento depende de fatores variados desde o tipo e extensão do câncer até as condições clínicas do paciente, podendo incluir cirurgia e/ou terapias de alvo molecular.
Este é um tumor que não responde a quimioterapia, a exceção são os tumores do ducto de Bellini. "Temos obtido excelentes resultados no uso da imunoterapia isolada ou combinada entre elas ou com terapia alvo no tratamento de tumores renais. Atualmente no Brasil já disponível para uso isolado na falha de um tratamento inicial" finaliza o oncologista do CPO.



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