Presidente da Uefa parabeniza atletas e reconhece que entidade não fez o bastante na luta contra o racismo

| TRIVELA/LEO ESCUDEIRO


Antes dos anúncios sobre as novidades de suas competições para a atual temporada, incluindo datas e regras para a reta final de Champions League e Liga Europa, o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, elogiou o posicionamento de jogadores em campanhas recentes contra o racismo, um movimento que ganhou força após a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, assassinado por um policial. Ceferin ainda reconheceu que as campanhas da própria entidade europeia não vinham sendo suficientes.

Citando os atacantes ingleses Marcus Rashford e Raheem Sterling, além do zagueiro alemão Jérôme Boateng, Ceferin exaltou os atletas por seu papel neste momento, “liderando alguns dos nossos debates internacionais mais importantes”. Para Ceferin, o poder do futebol é enorme e “devemos usar isso para passar uma boa mensagem”. Na sequência, o dirigente admitiu a ineficácia dos próprios programas da Uefa: “Provavelmente, as campanhas que tivemos não foram o bastante. Acho que devemos ir ao próximo nível”.

De fato, a despeito das campanhas de combate ao racismo há anos existentes, na hora de agir a Uefa tem deixado a desejar. Em um de seus mais recentes e raros passos, a entidade criou um protocolo de três passos para lidar com incidentes de racismo nos estádios, com os dois primeiros apenas advertindo os infratores. Entretanto, o procedimento é alvo de críticas.

Técnico da seleção inglesa, Gareth Southgate, que testemunhou seus atletas sendo vítimas de racismo em duas partidas e vivenciou o protocolo em ação, vê o processo como leniente: “Não acho que o protocolo de basicamente dar dois passes livres para as pessoas seja realmente aceitável”.

As multas impostas pela Uefa a clubes e federações por episódios racistas também é historicamente básica, não criando o desestímulo necessário para coibir os incidentes de discriminação racial.

Com o momento sem precedentes de posicionamento generalizado contra o racismo, de figuras públicas a marcas, passando também por ligas e clubes, talvez possamos de fato estar diante de um momento de mudança, cabendo a entidades como a própria Uefa garantir que essa transformação seja levada a cabo.



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