'Não sou bandido moça', diz homem que matou 2 policiais e sequestrou mulher logo após crime em MS

Vítima foi abordada perto do local do duplo assassinato e parou em açougue, onde testemunha o ajudou até a chegada dos policiais. Suspeito foi morto em confronto.

| G1 / GRAZIELA REZENDE, G1 MS


Parada no cruzamento da rua Joaquim Murtinho com a avenida Ricardo Brandão, em Campo Grande, a condutora de uma caminhonete foi sequestrada. Assim que entrou no carro, o homem começou a dizer que estava nervoso, que havia feito "uma besteira" e, do centro até o bairro Marcos Roberto, contou o brutal assassinato de dois policiais civis. A fuga dele, que começou nessa terça-feira (9), se estendeu até a madrugada (10), terminou com a morte do suspeito.

"Era por volta das 16h30 (de MS) quando ela parou a HRV branca aqui na frente do açougue. Abaixou o vidro e, tremendo, disse que não estava conseguindo dirigir. Eu então pedi para ela parar, peguei uma água e uma cadeira para ela sentar. Nós fomos conversando e ela disse: moço, fui sequestrada ali no centro, na Joaquim Murtinho. De início, confesso que não estava acreditando na história", afirmou ao G1 o proprietário do local, de 30 anos.

Durante o trajeto, a vítima diz que o homem ficava "dando as coordenadas para ela dirigir". "Ele falava para ela virar à esquerda, virar à direita e acelerar, o que a fez acreditar que tinha uma moto atrás a perseguindo. No trajeto, ela contou que o homem falou: não sou bandido moça. No entanto, logo depois confessou que tinha matado dois policiais. Até que ele viu uma táxi, a mandou parar, escondeu a arma e desceu", comentou.

Conforme a testemunha, o endereço onde o bandido ficava a cerca de duas quadras do açougue, na avenida Paulista. "Ela só desceu e então veio parar aqui. Por coincidência, ela falou o nome de uma pessoa, um garagista que estava na frente de onde aconteceu os crimes. Nós ligamos lá e ele confirmou que tinha uma grande movimentação de policiais no local. Depois, pedi pra ela ligar para algum familiar e pouco tempo depois tinha umas 15 viaturas aqui na frente. Fizeram a perícia e todos foram embora", ressaltou.

Bandido morto em confronto

Ozéias Silveira de Moraes, suspeito de matar dois policiais civis na tarde do dia anterior, morreu no Jardim Santa Emília. Segundo as primeiras informações da polícia, ele reagiu à abordagem, houve confronto, acabou baleado e não resistiu.

Ozéias e um parente eram transportados em uma viatura descaracterizada pelos policiais Antônio Marcos Roque da Silva, de 39 anos, e Jorge Silva dos Santos, de 50 anos, lotados na Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf).

Os policiais trabalhavam em investigação sobre roubos e furtos de celulares e conduziam os dois presos. Quando passavam na avenida Joaquim Murtinho, Ozéias teria atirado na cabeça dos dois policiais, matando-os e fugindo em seguida. Na fuga, ele ainda teria roubado dois carros. O outro preso foi recapturado em seguida, na Vila Nhá Nhá.

Antônio Marcos estava na Polícia Civil desde 2006 e Jorge Silva desde 2002. A Polícia Civil, a Polícia Militar, a Polícia Rodoviária Federal e diversas entidades emitiram nota de pesar sobre a morte dos policiais.



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