Futebol
Em depoimento ao STJD, Rafael Ramos, do Corinthians, reafirma não ter usado termo racista a Edenílson
Advogado contratado pelo clube disse que, segundo o atleta, o termo 'macaco' não é utilizado em manifestações preconceituosas em Portugal
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O lateral-direito do Corinthians, Rafael Ramos, compareceu na tarde desta terça-feira (31) na sede do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) de São Paulo, dentro da Federação Paulista de Futebol, para prestar depoimento em relação a acusação de racismo feita por Edenílson, do Internacional, durante partida válida pela 6ª rodada do Brasileirão.
> GALERIA - Veja os garotos da base que tiveram chances com VP O defensor esteve acompanhado de Alessandro Nunes, gerente de futebol do Timão, e de Daniel Bialski, advogado contratado pelo clube para realizar a defesa do atleta português. - Ele reafirmou o que já tinha dito várias vezes não somente no depoimento oficial que prestou em Porto Alegre, mas em todas as declarações, de que em momento algum ele ofendeu de forma racista o Edenílson - comentou Bialski. O advogado contratado para defender Rafael Ramos na esfera desportiva explicou que o termo 'macaco', o qual Edenílson alega ter escutado durante o jogo, não é utilizado em manifestações preconceituosas em Portugal, de acordo com Rafael. - Uma coisa importante que ele disse hoje, que precisa ser muito ressaltada. É que em Portugal, conforme ele mencionou, não se faz esse tipo de comentário quando se quer falar algo preconceituoso, e ele desconhecia que isso era utilizado no Brasil - afirmou Bialski ao 'ge'. O advogado contratado pelo clube informou ter apresentado um laudo feito pela defesa, e que um segundo laudo será feito. Bialski também disse que declarações feitas por companheiros do lateral português, em defesa do atleta português, serão anexadas aos autos. Caso a denúncia de Edenílson seja confirmada, o defensor do clube alvinegro pode ser enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que pune o atleta que: 'praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência'. A pena é de cinco a dez partidas, com multa que pode ir de R$100 a R$ 100 mil. O depoimento do meia do Inter para o relator do inquérito, Paulo Feuz, está marcado para segunda-feira (6). Além de ser investigado pelo STJD, o caso de Rafael Ramos também está na esfera criminal. A Polícia Civil de Porto Alegre conduz investigação e aguarda a conclusão da perícia. > TABELA - Confira e simule os jogos do Campeonato Brasileiro ENTENDA O CASO Aos 30 minutos do segundo tempo da partida entre Internacional e Corinthians, pela 6ª rodada do Brasileirão, o jogo foi paralisado após Edenílson acusar Rafael Ramos de ter usado o termo 'macaco'. Os jogadores ficaram discutindo dentro de campo, e a partida foi retomada após quatro minutos de muita cobrança pelo lado Colorado. O jogador do Timão foi preso em flagrante pelo crime de injúria racial e, após o pagamento da fiança, estipulada em R$ 10 mil, foi liberado. O atleta disse que o episódio foi um mal entendido. O Inter emitiu comunicado oficial expressando repúdio acerca do tema, e frisou que 'É inadmissível que ainda ocorram fatos desse tipo em 2022, não há espaço para o racismo em nossa sociedade.' O diretor de futebol do Corinthians, Roberto de Andrade, explicou que o termo usado por Rafael Ramos não teria sido 'macaco', e sim 'mano, car....', e que Edenílson poderia ter sido interpretado de forma diferente as palavras do português. Já na sumula do árbitro da partida, Braulio da Silva Machado, foi constatado que Rafael Ramos disse: ' foda-se car....', segundo o árbitro. Após o jogo, o meia do Colorado prestou depoimento e registrou o incidente junto à Polícia Civil. Edenílson também deu a sua versão dos fatos em suas redes sociais. No dia 20 de maio, uma perícia contratada por Rafael Ramos confirmou que o jogador não utilizou o termo 'macaco' direcionado ao meia do Inter. De acordo com os profissionais, o atleta disse 'Pô, caral**'.
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