Pela primeira vez formalmente e na presença do advogado, o pedreiro Cleber de Souza Carvalho, 43 anos, autor confesso de sete assassinatos foi interrogado pela DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), nesta terça-feira (2), sobre a morte do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, de 61 anos. O corpo da vítima foi encontrado no quintal da casa dela, no dia 7 de maio, na Vila Nasser.

Conforme apurado pelo Diário Digital, foram 55 minutos de interrogatório. O pedreiro, manteve a confissão dos sete assassinatos, mas apresentou uma versão diferente da relatada a polícia por sua filha Yasmim Natasha Gonçalves, 19 anos, que também está presa acusada de participação no homicídio e ocultação de cadáver de José Leonel.

Segundo Cleber, ele teria agido em legítima defesa. O pedreiro disse que negociou o aluguel da casa com o idoso e estava fazendo um serviço para arrumar o imóvel e se mudar, quando houve um desentendimento entre ele e o proprietário. De acordo com a versão do acusado, José Leonel pegou uma faca para ataca-lo e ele se defendeu golpeando a vítima na cabeça.

Sobre a ocultação de cadáver, Cleber afirma que o enterrou no dia seguinte no quintal e depois se mudou para a casa com a família, conforme combinado. O pedreiro ainda alega que agiu sozinho a todo momento e que a esposa e a filha não sabiam do crime.

Antes de Cleber ser interrogado, o inquérito sobre a morte de José Leonel já havia sido concluído e a denúncia de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver acatada pelo Ministério Público (MP-MS). Agora, o depoimento vai ser anexado ao processo.

A DEH ainda investiga outros seis homicídios cometidos pelo assassino em série para encaminhar a denúncia à justiça.

Versão diferente – O corpo de José Leonel foi encontrado no dia 7 de maio, após uma irmã da vítima denunciar o caso à polícia. A esposa do pedreiro, Roselaine Tavares Gonçalves, 40 anos, foi presa por ocultação de cadáver, assim como Yasmim que também confessou em interrogatório que, no início da madrugada de 2 de maio, o pai a chamou para ir até a casa do idoso.

José Leonel estava dormindo e ao ser surpreendido pelos dois suspeitos na casa tentou fugir, correu até a cozinha, mas foi atingido por Cleber com uma barra de ferro na cabeça. Pai e filha deixaram o corpo na varanda, enquanto escolhiam um lugar para enterrá-lo. Até a manhã, quando os dois arrastaram o corpo para uma pequena construção inacabada nos fundos da casa e enterram a vítima em uma cova rasa, jogando cal por cima para disfarçar o cheiro.

A morte de José Leonel atingido por um golpe de barra de ferro na cabeça, segundo as investigações da DEH, foi motivada pelo desejo da família de se apossar da casa que era do idoso, no Bairro Vila Nasser, em Campo Grande.