Nações Unidas comprometidas em continuar operações humanitárias na Ucrânia

Coordenadora da organização no país, Osnat Lubrani, expressa solidariedade com a população após entrada de tropas militares russas; alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, menciona as famílias que já começaram a abandonar suas casas à procura de segurança; Unicef destaca que conflito é uma ameaça à vida de 7,5 milhões de crianças.

| ONU NEWS


Homem mostra seu apartamento destruído pelo conflito no leste da Ucrânia. - Foto: © UNICEF/Aleksey Filippov

A coordenadora humanitária da ONU na Ucrânia, Osnati Lubrani, declarou nesta quinta-feira que a organização e parceiros humanitários estão comprometidos em continuar no país e ajudar a população. 

Após as entradas de tropas militares russas em áreas da Ucrânia, a representante da ONU destacou que os civis “estão exaustos por anos de conflito” e segundo Lubrani, as Nações Unidas estão preparadas para responder a um possível aumento das necessidades humanitárias.  

Pessoas já começam a abandonar o país 

Também nesta quinta-feira, o alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, declarou que as “consequências humanitárias para os civis serão devastadoras”.  

Grandi lembrou que em uma guerra, “não há vencedores, apenas inúmeras vidas dilaceradas”. O chefe da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, cita os relatos de pessoas que já começaram a abandonar suas casas na Ucrânia, buscando locais seguros. 

Grandi pede que os civis e as infraestruturas civis sejam protegidos constantemente, como manda a lei internacional humanitária. Ele afirma que o Acnur já está trabalhando com as autoridades, ONU e parceiros na Ucrânia, e a agência está pronta para fornecer assistência. Para que isso seja possível, é importante que seja garantido o acesso seguro dos trabalhadores humanitários.  

Crianças em risco  

O Acnur também está pedindo aos países vizinhos à Ucrânia para manterem as fronteiras abertas aos civis que buscam proteção. Neste sentido, a agência já ampliou suas operações e sua capacidade no país e nações vizinhas.  

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, nota que as vidas e o bem estar das 7,5 milhões de crianças na Ucrânia estão em risco. O conflito na linha de contato já destruiu, nos últimos dias, sistemas de distribuição de água e escolas. 

O Unicef prevê que dezenas de milhares de famílias serão forçadas a se deslocarem, o que causará uma grande escalada nas necessidades humanitárias.  

A diretora-executiva da agência da ONU informou que o Unicef está no leste da Ucrânia aumentando os programas de assistência às crianças, levando água potável e posicionando material de higiene, de saúde e de educação, além de ter clínicas móveis para fornecer apoio psicológico às crianças traumatizadas pela insegurança.  

Apelo por cessar-fogo  

Catherine Russell lembra que os últimos oito anos de conflito causaram enormes danos aos menores de idade e ela destaca que as “crianças ucranianas precisam desesperadamente de paz, agora”.  

A chefe do Unicef faz o mesmo apelo feito pelo secretário-geral António Guterres e pede um cessar-fogo imediato. Russell lembra ainda às partes a obrigação de respeitarem a lei internacional e proteger as crianças de qualquer mal.  

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, também está pronto para enviar comida à população afetada. A agência confirma ter a capacidade de responder a uma crise do tipo dentro de 72 horas. Entre 2014 e 2018, por exemplo, as operações do PMA no leste da Ucrânia beneficiaram mais de 1 milhão de pessoas, com a entrega de alimentos e de assistência em dinheiro.  



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