Mariana Rocha: Dourados, covid19, costuras, ou a falta delas

| ASSESSORIA


Douradenses, povo sul-mato-grossense, moradores naturais de outros estados e países, gente em solo brasileiro e da fronteira. O fato é que atravessamos mais uma triste, intensa e dolorosa onda da Covid-19.

Nós que seguimos gozando a vida, precisamos nos esforçar mais para fazer valer a passagem no mundo.Então, respire, leitor(a), a semana apenas começou e não podemos nos deixar abater. Se tiver fé, sugiro que fortaleça sua mente e peça por todos de nós. Se não há culto religioso, desejo força, para que possa também apoiar, mesmo que distante, as pessoas que estão sofrendo pela perda, bem como, pelos efeitos da crise vivida.

Permita-me metaforizar o peso da nossa realidade em uma cena sutil, histórica e própria da evolução racional da humanidade: o ato de costurar. Pense em um ateliê, um quartinho de costura, uma alfaiataria. Se em algum destes espaços houver mais alfinetes do que agulhas e linhas, logicamente não haverá a produtividade necessária. Por mais que os alfinetes ajudem a lapidar medidas, não concretizam a peça. E o que tem a ver com nossa realidade? Explico.

Na medida em que nossas opiniões e críticas (os alfinetes) se multiplicam mais que encaminhamentos e ações (agulhas e linhas), avançamos menos.O Alfinete espeta, assim como a agulha, mas só a linha transpassada pela agulha concretiza e dá vida ao objetivo. Aliás, nenhum problema será resolvido sozinho, como a linha e a agulha, nós, cidadãos e os poderes da república temos responsabilidade.

O diálogo é um compromisso com a vida, cria pontes e costura soluções, pois não há dúvidas de que apenas alfinetes, polos e brigas tem nos distanciado cada dia mais. Grupos de whatsapp, discussões em redes sociais, ponderações jornalísticas tendenciosas e a constante corrida por estar certo, isso tudo criou ambientes ainda mais difíceis de conviver. Não é mesmo?

Para além dos alfinetes. Costurar, agir e defender o diálogo é fazer parte da solução, que neste caso de pandemia global é lutar pela vida de todos, seja no atendimento médico, seja na vacinação da população, seja no simples compartilhamento de informações oficiais e checadas, doando uma cesta básica, um litro de álcool em gel, uma dúzia de máscaras, isso é real, isso é concreto. Se nossas opiniões e críticas prevalecerem, não sobrará energia para fazer o bem.



PUBLICIDADE
PUBLICIDADE