Bolsonaro sugere que esquerda faça ‘emenda à Bíblia’ para silenciá-lo contra ideologia de gênero

| GOSPEL +


O combate à ideologia de gênero por parte do governo federal foi um dos temas presentes na videoconferência que o presidente Jair Bolsonaro fez com lideranças da bancada católica na última quinta-feira, 21 de maio. Esse é um dos temas no âmbito do conservadorismo que une católicos e evangélicos.

Na oportunidade, Bolsonaro criticou a presença da ideologia de gênero nas escolas brasileiras e ironizou a militância de esquerda, sugerindo que apresentem uma “proposta de emenda à Bíblia” para que a parcela da população que professa a fé cristã abra mão dos valores conservadores.

Durante a reunião, o presidente estava acompanhado do deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara, e de outros membros de sua equipe. Durante a conversa, Bolsonaro compartilhou com os interlocutores que recebe processos judiciais por se posicionar publicamente contra as bandeiras LGBT.

Um dos casos tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta de uma declaração dada na TV em defesa dos “direitos familiares”, e a indenização requerida é de R$ 500 mil reais. Bolsonaro, no entanto, afirmou que continuará se defendendo no processo.

“Espero ganhá-la [a ação judicial], porque eu estava defendendo os direitos familiares numa emissora de televisão e não agredi ninguém. Apenas, eu falava da família prevista, se eu não me engano, no artigo 226 da Constituição. Até eu falei: muda a Constituição que a gente muda alguma coisa também. Agora, eu não vou mudar tudo porque, pra eu mudar de vez, vão ter que apresentar uma emenda à Bíblia”, disse, em tom irônico.

Aproveitando o momento de descontração, o presidente acrescentou: “Acho que, por enquanto, não temos emenda à Bíblia em lugar nenhum não é? Eu ia continuar agindo da mesma maneira. Ó, lancei a ideia aí, pessoal: emenda à Bíblia. Proposta de emenda a Bíblia, né?”, brincou.

No entanto, ao retomar o tom sério do diálogo, o presidente lembrou que sua vitória nas eleições de 2018 se deu justamente por defender “valores familiares” que vinham em “franca decadência” durante os anos em que o Partido dos Trabalhadores comandou a presidência da República.

Um dos episódios mais marcantes da campanha eleitoral foi a entrevista do então candidato Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional, quando os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos o impediram de mostrar um livro que era oferecido aos alunos do Ensino Fundamental com ilustrações explícitas de genitálias.

Reiterando suas críticas à ideologia de gênero, Bolsonaro falou sobre o “aparelhamento” do Ministério da Educação como ferramenta de inserção de partes do pensamento progressista que representam “ataques às crianças”.

“Vamos respeitar a minoria, mas quem tem que fazer valer a sua vontade é a maioria. Porque, se não, a gente tem que inverter tudo aqui no Brasil. A minoria participa, mas quem decide é a maioria […] A família é a base da sociedade, e a religião é um freio também. E as pessoas começam a valorar essas questões e respeitar as outras”, enfatizou.



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