No G-20, Teresa Cristina defende mais recursos para práticas inovadoras e sustentáveis no agro

A ministra participou da sessão "Pesquisa como força motriz da Sustentabilidade". No evento, em Florença, na Itália, Tereza Cristina destacou que os recursos para pesquisas científicas e inovação devem estar dispostos para todos, e não apenas para produtores subsidiados nos países ricos

| ASSESSORIA/MAPA


Foto: Maximiliano De Giorgi/G-20 Itália

Na reunião com ministros da Agricultura do G20, em Florença, na Itália, a ministra Tereza Cristina defendeu nesta sexta-feira (17) que a próxima década deve ser marcada pela maior disponibilidade mundial de recursos para que produtores rurais possam adotar práticas inovadoras e sustentáveis.

“Para a próxima década, é necessário ampliar a disponibilidade de recursos para a adoção de práticas inovadoras. Eles precisam ter custo e benefício adequados e serem acessíveis a todos, e não apenas a alguns produtores subsidiados nos países ricos. Somente alinhando tecnologias sustentáveis com investimentos, faremos da agricultura um setor estratégico para uma recuperação verde”, disse, ao participar da sessão “Pesquisa como força motriz da sustentabilidade”.

De acordo com a ministra, a ciência é um dos principais pilares da sustentabilidade no agro. Primeiro, por criar ferramentas que permitem aos produtores rurais produzirem mais, usando menos recursos naturais. Em segundo, por trazer evidências científicas que garantem o fluxo adequado de alimentos. “Pesquisa e inovação são fundamentais para o desenvolvimento de uma agricultura de baixa emissão de carbono”, destacou.

Tereza Cristina criticou a adoção de medidas protecionistas por parte de países ricos, o que, segundo ela, afeta a concorrência global, aumenta o número de pessoas em situação de pobreza e impacta de forma negativa as comunidades rurais de nações em desenvolvimento. “O protecionismo, como todos sabemos, recompensa a ineficiência e é ruim para a sustentabilidade. Mas agora, além do protecionismo, também enfrentamos o "precaucionismo". Os reguladores estão cada vez mais impondo medidas limitantes na tentativa de proteger os consumidores antecipadamente contra todos os tipos de riscos possíveis. Isso não é racional. Os países devem abster-se de implantar barreiras comerciais injustificáveis ​​e se concentrar na remoção permanente das barreiras pendentes”.

Para a ministra, todas as decisões e a regulamentação mundial do agro devem ser tomadas com base em evidências científicas. “A ciência é a chave para mantermos o comércio fluindo e os mercados previsíveis”.

Os membros do G20 são: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e a União Europeia. A Espanha é convidada permanente. Os membros do G20 respondem por mais de 80% do PIB mundial, 75% do comércio global e 60% da população do planeta.

Reuniões bilaterais

Em Florença, Tereza Cristina teve reuniões com colegas dos países participantes. Ela encontrou-se com secretário dos Estados Unidos, Tom Vilsack, para debater agricultura sustentável e ações conjuntas de prevenção à entrada da Peste Suína Africana nos territórios brasileiro e norte-americano.

No encontro com o ministro da Espanha, Luis Planas Puchades, Tereza Cristina agradeceu o apoio do governo espanhol à assinatura do Acordo Mercosul-União Europeia. “Concordamos que o comércio agrícola justo e livre beneficiará produtores e consumidores nos dois blocos”, disse.

Agenda

Neste sábado (18), a ministra irá debater com seus pares a Contribuição do G20 para a próxima Cúpula dos Sistemas Alimentares (Food Systems Summit) e para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26). 



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