Audiência na Câmara debateu necessidade de ações mais efetivas de prevenção ao suicídio

| CâMARA DOURADOS / ASSESSORIA CMD


Evento reuniu especialistas em psicologia, profissionais da saúde mental e público em geral Foto: Valdenir Rodrigues/CMD

Com o tema ‘Escolha continuar! Não dê um ponto final na sua vida!’, audiência pública realizada na noite de ontem (15) na Câmara Municipal de Dourados reuniu especialistas em psicologia e saúde mental. O debate teve como foco a necessidade de propostas mais efetivas de políticas públicas para prevenção ao suicídio na cidade.

A audiência é parte das várias ações de conscientização do Setembro Amarelo realizadas pela Casa de Leis. Profissionais da saúde, docentes e público em geral participaram do evento.

Propositor da audiência, o vereador Juscelino Cabral (DEM) destacou a necessidade urgente de se implantar em Dourados ações de conscientização que estejam além da campanha no mês de setembro e que comecem já nas escolas, antecipando problemas que podem vir a levar ao suicídio.

“Propomos para o ano que vem ou se der ainda este ano, uma semana pró vida. Vamos falar da vida, do valor dela, da importância. Do desejo que cada um precisa criar dentro de si de lutar por ela e vivê-la plenamente. Que tal inserirmos isso dentro das nossas escolas? Então a mensagem que eu deixo é essa de que estamos tratando os sintomas sem abordar as causas ou os efeitos e que infelizmente as consequências só vem aumentando ano após ano”, alertou Juscelino.

Presidente da Câmara, o vereador Laudir Munaretto (MDB) também reforçou a importância de discussões mais amplas, como a realizada na audiência, para que se tornem parte da concepção de ações de saúde pública na cidade e também das demandas e projetos apresentados na Casa de Leis.

“É essencial colocarmos esse assunto em pauta nas nossas sessões e buscarmos políticas públicas efetivas para assistência, principalmente nesse período de pandemia, quando houve um agravamento de quadros de saúde mental. Falar de depressão e suicídio precisa deixar de ser tabu, Setembro Amarelo não é frescura, não é falta do que fazer e a depressão é uma doença que precisa ser tratada”, destacou Laudir.

Um dos palestrantes do evento, o professor do curso de psicologia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Dionatans Godoy Quinhones, foi outro a destacar a necessidade de se considerar o quanto o problema é abrangente, para que seja viável formatar políticas públicas com ações que verdadeiramente tenham efetividade em prevenção e tratamento.

“É necessário que se inclua nesta conversa diferentes atores, cenários e interlocutores para que a gente possa minimamente alcançar a abrangência necessária e construir alguma coisa válida em termos de reflexão e prática no enfrentamento ao suicídio, como problema de saúde pública”, disse Quinhones, que além de psicólogo é filósofo e mestre especializado em psicologia clínica, atuante nas áreas de saúde mental, prevenção ao suicídio e clínica do sofrimento.

Setembro Amarelo

A campanha Setembro Amarelo começou em 2014, por meio da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) em parceria com o CFM (Conselho Federal de Medicina). 

O mês de ações acontece no âmbito nacional, com o objetivo de conscientização sobre o suicídio e foi escolhido porque no dia 10 a OMS (Organização Mundial da Saúde) comemora o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Conforme levantamento de dados da ABP, anualmente o Brasil registra em média 13 mil suicídios, sendo 96,8% relacionados a transtornos mentais como a depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias.  



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