São identificados três suspeitos de 'arrastão' em aeroporto de MS; líder seria foragido do sistema prisional

O Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) também descobriu o local utilizado pelos suspeitos como esconderijo. Há a hipótese de que a mulher do líder da organização criminosa seja responsável pelo base em Aquidauana (MS).

| G1 / JOãO PEDRO GODOY E JOSé CâMARA, G1MS


Aeronaves levadas por bandidos em MS durante a madrugada (6) — Foto: Polícia Civil/Divulgação

A Polícia Civil de Aquidauana (MS) afirma ter localizado três suspeitos e o local usado pela organização criminosa que realizou um "arrastão" de três aeronaves, nesta segunda-feira (6), no Pantanal de Mato Grosso do Sul, pouco mais de 11 horas depois do crime. Outras pessoas ainda são procuradas, pois ao menos 18 criminosos participaram do roubo, conforme os investigadores e testemunhas.

ACOMPANHE

Bandidos que fizeram 'arrastão' e levaram 3 aviões estavam 'fortemente armados e falavam língua espanhola'Grupo faz 'arrastão' em aeroporto e foge com aviões do cantor Almir Sater, ex-prefeito e pecuarista de MS'Vão os anéis e ficam os dedos', diz Almir Sater após roubo de avião em 'arrastão'

De acordo com as informações da polícia, as investigações, que contaram com apoio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) e a Delegacia Regional de Aquidauana (DRP), apontam que três sequestradores foram identificados, entre eles o autor intelectual do crime, quem teria dado suporte logístico na cidade e ainda uma mulher boliviana que teria participação no "arrastão".

Segundo a Polícia Civil, o líder da organização criminosa é um foragido do sistema penitenciário estadual, inclusive com passagens anteriores por crimes semelhantes. A polícia ainda aponta que a esposa do líder do grupo teria participado do "arrastão" e seria a responsável pelo imóvel que serviu de base operacional para os criminosos também. Eles foram identificados como brasileiros e bolivianos.

A Polícia Civil também afirmou que já sabe o paradeiro dado às aeronaves, que foram para fora do Brasil. As investigações conjuntas pelas Unidades da Polícia Civil seguem em andamento para apurar a qualificação dos demais integrantes do grupo.

A Direção do Dracco também já abriu providências para tentar o desembaraço diplomático, que será necessário para a prisão dos criminosos e recuperação das aeronaves subtraídas. A Polícia Civil ainda afirmou que há vasto material provando a autoria do crime, as quais serão materializadas no decorrer do inquérito policial através de laudos periciais e provas testemunhais.

Entenda o caso

O roubo teria ocorrido por volta das 2h (de MS). De acordo com a polícia, ao menos 18 criminosos estiveram no local na madrugada desta segunda-feira (6). O grupo rendeu o vigia e o obrigou a abastecer os aviões, além de outras pessoas que trabalhavam no aeroporto.

Foram levados os seguintes aviões:

Um do tipo bonanza v35b, matrícula PTING, de propriedade do pecuarista e ex-prefeito de Aquidauana José Henrique TrindadeUm do tipo Sky Lane, matrícula PTKDI, do pecuarista Zelito Alves Ribeiro e de seu sócio, Joel JacquesUm do tipo Sky Lane, matrícula PTDST, do cantor Almir Sater

Como não havia iluminação, os homens entraram pelos fundos e, de início, tentaram levar uma aeronave. Na sequência, eles renderam o vigia e o obrigaram a fazer o abastecimento, amarrando o homem em seguida e fugindo.

Uma testemunha já conversou com a polícia. Ela disse que chegou a escutar o barulho do momento em que levantavam voo, porém, achou que fosse alguma emergência médica e, por isso, não foi verificar.

Equipes de Campo Grande e demais órgãos de segurança estadual e federal já foram comunicados sobre a situação. Uma das hipóteses é que parte do bandidos seriam do interior paulista e parte de Mato Grosso do Sul. Eles teriam fugido para a Bolívia.

Depoimento de Almir Sater

"Bens materiais a gente trabalha, mas espero que seja recuperado. Mas se não, vão os anéis e ficam os dedos", descreveu o cantor Almir Sater, que foi vítima do roubo de uma aeronave.

Almir detalhou ao G1 que trabalhava no campo, em uma das fazendas no Pantanal, pouco antes de saber sobre o roubo da aeronave. "Estou no Pantanal. Estava no campo trabalhando, cheguei na hora do almoço e tinha por volta de 300 ligações", disse.

Ainda no campo, Almir relembra ter visto um rapaz indo em direção de motocicleta. Neste momento, o cantor descreveu o momento de apreensão.

"Quando vemos estas pessoas no campo, ficamos preocupados. Já senti meu coração apertado, pensei que seria algo com a minha família. Aí ele me deu a notícia de que tinham roubado o avião. Dos males, foi o menor. Vi o motoqueiro chegar e fiquei assustado", compartilhou.

Veja mais vídeos de Mato Grosso do Sul:



PUBLICIDADE
PUBLICIDADE