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Síndrome de Guillain-Barré: 35 casos foram notificados no País após vacinação contra a Covid-19
Os eventos adversos foram relacionados às vacinas AstraZeneca, Janssen e CoronaVac. De acordo com a Anvisa, episódios pós-vacinação são raros, mas já conhecidos e relacionados a outros imunizantes, como o da Influenza
| BRASIL 61
Após a vacinação contra a Covid-19, casos raros da síndrome de Guillain-Barré (SGB) têm sido relatados no Brasil. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existem 35 notificações de casos suspeitos no país. Até o dia 27 de julho haviam sido reportados 34 casos suspeitos de SGB, sendo 27 casos após a imunização com a vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, 3 casos com a vacina da Janssen e 4 casos com a Coronavac.
Não foram recebidos casos de SGB com a vacina Comirnaty (Wyeth/Pfizer). A Anvisa informou ainda que 1 óbito foi notificado, mas sem associação confirmada entre a vacina e a síndrome.
A síndrome de Guillain-Barré (SGB) é um distúrbio neurológico autoimune raro, no qual o sistema imunológico danifica as células nervosas. Segundo informou a Anvisa a reportagem, os episódios pós-vacinação também são raros, mas já conhecidos e relacionados a outras vacinas, como a da Influenza (gripe).
A maioria das pessoas se recupera totalmente do distúrbio. O principal risco provocado pela síndrome é quando ocorre o acometimento dos músculos respiratórios. Nesse último caso, a SGB pode levar à morte, caso não sejam adotadas as medidas adequadas.
Sinais e sintomas da síndrome de Guillain-Barré
A médica coordenadora de UTI neurológica da Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP), Viviane Cordeiro Veiga, explica que a SGB se manifesta entre duas a quatro semanas após quadros de infecção, acometendo as raízes dos nervos de forma aguda. “Inicialmente, o mais frequente é uma sensação de dormência e queimação que começa nas pernas. Então, nos membros inferiores ela tem um caráter progressivo. Dali ela vai para o tronco e para os membros superiores da face, podendo acometer também a parte da deglutição e comprometer a respiração”, explica.
De acordo com a médica, alguns pacientes precisam de UTI e podem chegar a ser entubados.
O tratamento para a síndrome de Guillain-Barré varia de acordo com a condição clínica de cada paciente. “Ele [paciente] pode usar a medicação imunoglobulina ou pode usar plasmaférese, que é um processo de filtração do sangue que vai limpar esses anticorpos que estão causando as lesões”, explica Viviane Cordeiro Veiga.
Relação da vacinação contra a Covid-19 e SBG
Como frisado pela Anvisa, a SGB pós-vacinação é um evento adverso conhecido de outras vacinas, como a da Influenza. Mas ainda não se sabe, em números, quais as chances de desenvolver a síndrome de Guillain-Barré após a imunização.
O indicado por especialistas é que diante de sintomas da SGB, deve-se procurar atendimento médico imediatamente. Entretanto, segundo o infectologista Julival Ribeiro, mesmo com a possibilidade de desenvolver SGB, as complicações de quem contrai a Covid-19 podem ser mais graves que possíveis reações à vacinação.
“Quem tem Covid pode morrer, ficar em terapia intensiva e desenvolver casos muito graves. Vale salientar que as vacinas continuam sendo a melhor arma para prevenir a Covid-19, além do que, as vacinas são seguras e eficazes. Portanto, vacinar continua sendo a melhor arma para combater o vírus. Eventos adversos raros tem em qualquer imunização”, destaca Julival.
Orientações
A Anvisa solicitou que os detentores de registro das vacinas Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, Janssen e Coronavac incluam nas bulas dos respectivos produtos informação sobre o possível risco de SGB, para que casos da síndrome possam ser identificados, tratados e notificados.
“Os profissionais de saúde devem se atentar para os sinais e sintomas de SGB para garantir o diagnóstico correto, a fim de iniciar os cuidados de suporte e tratamento adequados e descartar outras causas'', alerta a Anvisa.
Cidadãos e profissionais de saúde podem notificar eventos adversos pelo e-SUS Notifica e pelo formulário web do VigiMed. Se o caso for de queixa técnica ou de desvios de qualidade observados em vacinas, seringas, agulhas e outros produtos para saúde utilizados no processo de vacinação, as notificações devem ser feitas pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – Notivisa.
Empresas detentoras de registro ou de autorização temporária de uso emergencial de vacina também devem usar o VigiMed para notificar eventos adversos e o Notivisa para queixas técnicas e desvios de qualidade.
Fonte: Brasil 61
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