Ishy pede inclusão de indígenas no grupo de risco e plano de enfrentamento a Covid-19

| IMPRENSA/MS


Elias Ishy solicita que indígenas sejam incluídos no grupo de risco do Covid-19. Foto: Thiago Morais/Arquivo

O vereador Elias Ishy (PT) indicou à Mesa Diretora da Câmara de Dourados, na sessão desta segunda-feira (18), para que seja encaminhado um ofício a presidência da República, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, solicitando a inclusão dos indígenas no grupo de risco da Covid-19 pelo Ministério da Saúde, bem como também a elaboração de plano de combate ao vírus nas comunidades do Brasil, em especial no Mato Grosso do Sul, onde se localiza a segunda maior população do país.
Os primeiros registros foram realizados na última semana na Reserva, entre eles, de crianças. Em um período de 24 horas foram diagnosticados 10 novos casos. Por esses e outros motivos, segundo Ishy, se faz tão necessária a aprovação e sanção do Projeto de Lei nº 1.142/20, que dispõe sobre a criação do Plano Emergencial para povos indígenas, quilombolas e tradicionais.
De acordo com Ishy, a ação é essencial para que sejam tomadas medidas urgentes de enfrentamento à pandemia nessas localidades, que pode acabar implicando em uma contaminação sem controle, tendo em vista as condições de vulnerabilidade social dessas famílias. “Sabemos das dificuldades e já temos como exemplo o Estado do Amazonas, onde os números aumentam diariamente, principalmente daqueles que moram afastados de hospitais e que não possuem assistência dentro das Reservas.
“A pobreza, a falta de terras para plantação e subsistência, fazem com que essas pessoas precisem sair da reserva para trabalhar na cidade, onde acabam se expondo ainda mais ao vírus e colocando em risco a saúde de toda sua família. Essas que dividem pouco espaço dentro de casa, não sendo possível o isolamento nem a distância mínima solicitada pelos órgãos de saúde”, justifica.
Além disso, o vereador lembra que a falta de água na reserva é algo cotidiano, pois não conta com nenhum sistema de saneamento ou distribuição da potável, sendo necessário, por vezes, caminhar por horas para ter acesso a esse direito fundamental, universal e humano.
Ishy lembrou que no final de semana anterior a sessão foi divulgada uma carta emergencial dos Conselhos Guarani e Kaiowá, onde pediram o fortalecimento da Secretaria Especial de Saúde Indígena, com proteção aos trabalhadores e trabalhadoras, alternativas de isolamento possíveis, leitos e ambulâncias disponíveis, para além, ainda, como a doação de máscaras, produtos de higiene, alimentos e sementes para plantio. Foi recomendado ainda que eles fiquem em seu território, com responsabilidade a lideranças por bloqueios sanitários, com entrada permitida apenas a profissionais da saúde ou ajudas humanitárias.



PUBLICIDADE
PUBLICIDADE