Supremo rejeita legalizar aborto em caso de bebês com microcefalia


Um pedido de descriminalização do aborto para gestações de bebês com microcefalia feito em 2016 está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e embora ainda não tenha sido finalizado, já se formou maioria contra a possibilidade de interrupção da gravidez: 6 votos contrários, até o momento.

Em 2016, diante de um grande número de casos de bebês com microcefalia por conta de um surto de zika vírus no Brasil, a Associação Nacional de Defensores Públicos (ANADEP) apresentou ao STF uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), pedindo que os casos de aborto para microcefalia não fossem enquadrados na legislação vigente.

A ação da ANADEP formava argumento a partir do direito da mulher à vida digna, garantindo a “possibilidade de escolher não continuar com gravidez que lhe causa intenso sofrimento”. Uma linha de pensamento semelhante à usada pela militância feminista para pedir a legalização do aborto em todas as demais circunstâncias.

“A síndrome congênita do Zika pode em outras situações, apesar de não produzir a morte do embrião, do feto ou do recém-nascido, causar danos neurológicos e impedimentos corporais permanentes e severos”, pontuava trecho da ação.

O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue, e bebês expostos ao vírus ainda no útero podem desenvolver a microcefalia, o que resulta numa perspectiva de vida curta após o parto.

De acordo com informações da CNN Brasil, a maioria dos ministros do STF seguiram o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, rejeitando a análise do mérito. Votaram contra o aborto os ministros Dias Toffoli, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Rosa Weber.

O resultado final do julgamento, com o voto dos onze ministros, deverá ser conhecido até a próxima quinta-feira, 30 de abril. O julgamento acontece através do plenário virtual, já que a maioria dos integrantes da Corte são do grupo de risco da pandemia do Covid-19.

Coral



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