Dólar volta para R$ 4,99 após MP da Eletrobras; Ibovespa oscila

| JOVEM PAN / JOVEM PAN


Dólar recua para menos de R$ 5 com investidores analisando MP que abre caminho para a privatização da Eletrobras

O dólar voltou a ser cotado abaixo de R$ 5 nesta sexta-feira, 18, após a Medida Provisória (MP) que viabiliza a privatização da Eletrobras ser aprovada pelo Senado. No cenário externo, investidores seguem digerindo a decisão do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, em antecipar a alta dos juros para 2023. Depois de operar em queda durante a maior parte da manhã, por volta das 11h20, o dólar inverteu o sinal e passou a registrar alta de 0,39%, cotado a R$ 5,041. O câmbio chegou a bater a máxima de 5,043, enquanto a mínima não passou de R$ 4,982. A moeda encerrou a véspera com queda de 0,74%, a R$ 5,022 — a menor cotação em mais de um ano. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava sem direção definida, oscilando entre os campos positivo e negativo no patamar dos 127 mil pontos.

Em votação apertada, por 42 votos a 37, o Senado Federal aprovou a Medida Provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras. O texto define que a União, que atualmente possui 60% da estatal, passe a emitir ações, a serem negociadas na Bolsa de Valores, para que a participação se torne menor que 50%. A União permanece com o poder de veto em decisões sobre o estatuto social da empresa. Outro ponto importante é o aumento da geração de energia por usinas termoelétricas movidas por gás natura. Seriam contratados oito mil megawatts para atender oito milhões de pessoas. A estrutura entraria em operação ente 2026 e 2030, com contratos de 15 anos. A medida também cria uma reserva de mercado de 50% para as pequenas centrais hidrelétricas em leilões até 2026. Como a medida passou com mudanças da versão da Câmara, o texto deve voltar para aprovação dos deputados. O presidente da Casa, Arthur Lira, anunciou que vai pautar a proposta na próxima segunda-feira, 21. A medida provisória da Eletrobras precisa ser aprovada até terça-feira para não perder a validade.

Na pauta internacional, os mercados ainda reagem com cautela ao anúncio da autoridade monetária norte-americana de antecipar a alta dos juros para 2023. Até março, o aumento era esperado apenas para o ano seguinte em meio ao processo de recuperação da economia e a retomada do emprego. O BC também se mostrou mais preocupado com a inflação ao elevar a expectativa para este ano a 3,4%, ante 2,4% previsto em março. Nos juros brasileiros, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 4,25% ao ano, o mesmo patamar de fevereiro de 2020, e indicou que fará novo aumento de 0,75 ponto percentual no encontro agendado para agosto, levando a taxa para 5%. Em nota, a autoridade monetária afirmou que deve promover a normalização da taxa básica de juros para o patamar considerado neutro, que, segundo analistas, é próximo de 6,5% ao ano.



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