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Diga sempre: “Mãe, eu te amo!” -Wilson Aquino*
| DO AUTOR
Há 39 anos, no dia 20 de março, eu estava em meio a uma entrevista exclusiva com um economista do Ministério da Fazenda, que cumpria agenda oficial em Mato Grosso do Sul, quando fui interrompido por um funcionário do jornal para o qual trabalhava, o Diário da Serra, com um recado de que deveria retornar imediatamente à redação. Estranhando aquela abordagem incomum, tratei logo de encerrar a reportagem e acatar à solicitação. Não tinha a menor ideia do que se tratava. Meu interlocutor também não.
Segui ligeiro ao Diário. Quando entrei na Redação, percebi que todos me olhavam aflitos, porém inertes, sem qualquer reação. Gelei! Segui no automático à sala de meu editor chefe, Silvio Martins Martinez (a quem muito admiro e devo profissionalmente), que então me deu a mais triste notícia que poderia receber: minha querida Mãe acabara de falecer no Hospital, a Santa Casa de Campo Grande, para onde fora levada às pressas depois de mais uma grave crise respiratória, provocada pela bronquite que havia progredido para um câncer no pulmão.
Sua vida foi interrompida precocemente aos 46 anos. Me recordo que junto com o grande choque, que me tirou o chão, fui invadido também por um forte sentimento de que não havia me preparado para aquele momento. Apesar de que desde criança sentia o seu drama. Acordava na madrugada para sentar ao seu lado na cama onde ela, também sentada, em crise, se esforçava para respirar. Aquele sofrimento que a seguiu por toda vida me amadureceu cedo, pois quando a via, naquele estado, orava e ao mesmo tempo desejava tomar aquele fardo de seus ombros, para que ela ficasse bem. Me lembro que ela apoiava os braços retos na cama, uma forma, certamente, para aliviar a pressão interna e assim poder simplesmente respirar.
Então, ao receber a má notícia, fui logo tomado também por uma profunda dor e arrependimento por não ter dito mais e melhor sobre o quanto ela era importante para mim e para todos nós, sua família. Um remorso começou a corroer o meu peito por não ter dito por incontáveis vezes o quanto a amava.
Esse sentimento me perturbou por um longo tempo e me fez aprender que devemos nos prevenir com relação a todos aqueles que amamos. Não importa a idade de nosso ente querido. Todos os dias, em todas as oportunidades, devemos nos voltar a eles e falar de nossos grandes e amorosos sentimentos.
Senti que ao longo da vida, me pareceram poucas as palavras de amor que dirigi a ela. Achava que bastava demonstrar o que sentia. Não basta. É preciso sim dizer à nossa Mãe, ao nosso pai, aos nossos irmãos, cônjuges, filhos... o quanto os amamos e o quanto são importantes para nós, sempre. Incontáveis vezes.
Aprendi que devemos fazer isso olhando no fundo dos seus olhos expressando esse grande e poderoso sentimento de amor.
Esta reflexão deveria ganhar proporção muito maior, especialmente num dia como este de hoje em que se comemora o Dia das Mães, para que nenhum filho cometa o mesmo erro que eu, de não dizer suficientemente quão grande é o nosso amor.
Mãe merece todo aplauso, todo respeito e consideração. Ela é fundamental inclusive para o Plano de Deus. Pois é o meio divino de trazer filhos ao mundo onde eles podem, em família, serem amados, cuidados e ensinados a seguir a verdade e a retidão.
E quem nunca se pegou em reflexão sobre o poder e capacidade divina do seu corpo, que gera vida e depois, quando essa nova vida deixa o seu ventre, seu corpo desenvolve a incrível habilidade, de alimentar aquele pequenino ser, com todos os nutrientes necessários para o seu crescimento e desenvolvimento físico, mental e espiritual.
Um poder realmente espetacular que Deus deu às Mães, o de gerar e alimentar filhos!
Quanta beleza existente nesse ser, capaz de gerar outro ser em seu próprio ventre e amá-lo incondicionalmente por toda vida!
Então, como amanhã pode ser tarde demais, diga hoje! Diga agora! Diga todos os dias o quanto sua Mãe lhe é importante. O quanto lhe é grato por ela ser simplesmente... Mãe!
*Jornalista e Professor
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