Atendimento psicológico a colaboradores em hospitais é essencial

| ROGéRIO VIDMANTAS


Atendimento psicológico aos profissionais da saúde acontecem desde fevereiro (Foto: Divulgação/HCAA)

A pandemia provocada pelo novo coronavírus atingiu diretamente profissionais da saúde e todo uma estrutura de pessoas que trabalha direta ou indiretamente em hospitais. Esses trabalhadores são essenciais no combate e tratamento da Covid-19 e, diante da pressão física e psicológica da tarefa, aflorou a necessidade de olhar para a saúde mental desses profissionais.

 

Diante dessa nova realidade, o Hospital de Câncer Alfredo Abrão oferece desde feveiro serviço de psicologia para os mais de 400 colaboradores. A responsável pelo acolhimento desses profissionais é a psicóloga Cláudia Pinho, que já realizou 390 atendimentos.

 

Segundo a psicóloga, ouvir esses profissionais é fundamental para que eles se sintam acolhidos. “O trabalho se desenvolve em todas as esferas do HCAA, esse é um olhar muito importante que a diretoria tem sobre os colaboradores e focando no cuidar daquele que cuida, o processo psicoterapêutico breve é uma modalidade de atendimento que, além de acolher, ouvir o problema desse colaborador o auxilia a pensar, refletir e rever acerca da sua problemática, tudo é feito em conjunto para ajudar da melhor forma possível para cada assistido”, explicou Pinho.

 

Vínculo

 

Segundo o Guia de Intervenção Humanitária mhGAP (GIH-mhGAP) da Organização Mundial da Saúde, os transtorno identificados com maior frequência em momentos de estresse coletivo intenso são as Reações Agudas ao Estresse e os Transtornos de Ajustamento. Na maioria dos casos, em curto prazo, é necessária uma escuta acolhedora dos sentimentos e preocupações da pessoa.

 

As prioridades se focam em estabelecer um vínculo respeitoso de suporte, identificar necessidades urgentes, normalizar reações de estresse e luto, reforçar pensamentos de esperança para o futuro e orientar técnicas que podem reduzir o estresse, além de auxílio com questões práticas.

 

Tanto os casos com maior impacto no funcionamento geral e maior gravidade de sintomas quanto os de evolução mais prolongada podem precisar de intervenções mais específicas voltadas ao diagnóstico e tratamento específico (transtorno depressivo, transtorno de estresse pós-traumático, entre outros).



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