Praça na área central vira ‘monumento ao desperdício’

| O PROGRESSO


Crédito: Marcos Ribeiro

O que deveria ser um cartão postal em Dourados está praticamente abandonado. A praça Antônio Alves Duarte, localizada entre o terminal de transbordo e Hospital Evangélico é retrato de ‘monumento ao desperdício’. Várias outros espaços estão na mesma situação, um descaso com o dinheiro público. 

Com recursos do Governo Federal e do Governo do Estado, o projeto de restauração da praça conta com investimentos de R$ 3 milhões ao término da revitalização. A obra iniciou em dezembro de 2017 e emperrou. Consta que o espaço terá recuperação de pisos e calçadas, rampas, revitalização dos sanitários e construção de banheiros adaptados, bancos, bicicletário, nova instalação hidráulica, colocação de novas luminárias, pintura, paisagismo, além de equipamentos de ginástica. Tapume esconde a obra iniciadas há três anos e sem previsão de ser concluída. 

O Parque Ambiental Victelio de Pellegrin, também conhecido como Flor do Cerrado, localizado no jardim Novo Horizonte, é outro caso de espaço público de lazer abandonado. A obra para transformar o local num parque iniciou em 2013. O investimento é de R$ 600 mil. Foram feitos naquela época cerca com alambrado, calçamento externo, plantio de árvores, campo de futebol, pórtico de entrada e o centro comunitário, que está com portas e janelas detonadas e o espaço serve de abrigo para usuários de drogas. Os serviços não foram concluídos e há anos o espaço está em completo abandono. 

O retrato do descaso com o dinheiro público não para por aí. O Frigorifico do Peixe começou a ser construído em 2009 e consumiu pouco mais de R$ 1 milhão. Paredes foram erguidas e telhado do setor administrativo foi feito, mas não saiu disso. Portas foram arrombadas, peças furtadas e o forro estragou devido a infiltrações. As administrações municipais anteriores alegaram que o município cumpriu as exigências para a instalação do frigorífico, mas o governo federal não repassou os recursos da segunda etapa para dar andamento nas obras. 

Ao lado do frigorífico seria construído a Ceasa (Central de Abastecimento de Hortifrutigranjeiros). A área de 4,1229 hectares foi destinada pela prefeitura para o nome da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). Com a escritura em mãos o Estado daria início à primeira fase do projeto, o que não ocorreu até hoje. O governo tem informado que a obra depende de recursos federais e do aval da CCR MSVia para criar um projeto de entrada no local. Nenhum deles foi feito. No governo de Michel Temer havia uma esperança de liberação de recurso federal, mas nada. Com Bolsonaro não se falou mais no assunto.

Criadas em 2011 pelo Ministério da Saúde para estimular a população a praticar atividades físicas, parte das academias da saúde não saiu do papel em Dourados. Pelo menos 14 foram destinadas ao município entre 2013 e 2015, na cidade e distritos, sendo que algumas chegaram a ser inauguradas e o restante das obras apenas foram iniciadas. É o caso da academia do Jardim Santa Maria e do Parque Antenor Martins. Foi feito o calçamento, início de construção de banheiro e de ambiente para receber aparelhos. Parou por aí. Cada um dos espaços teria recurso de quase R$ 140 mil. 

Com cerca de três mil crianças aguardando vagas em Ceims, a cidade mantém três obras a passos de tartaruga desde a gestão retrasada (Murilo Zauith) e uma iniciada pela ex-prefeita Délia Razuk. Elas estão localizadas no Parque do Lago, Parque das Nações, Vila Erondina e Jardim Vitória. Quase todas os espaços só precisam de acabamentos, mesmo assim não são concluídos. Entre os problemas estão empreiteiras que decretaram falências, burocracia de novas licitações e ausência de gestão pública eficaz. 

Caberá ao atual prefeito Alan Guedes montar equipe técnica para recuperar recursos até então encaminhados ao município, de forma que as obras saiam do papel e possam servir a comunidade. 



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