Local
Por atraso de salários, médicos da UPA e HV ameaçam greve
| DOURADOS AGORA
Com salários atrasados desde outubro do ano passado, médicos da UPA e Hospital da Vida em Dourados ameaçam greve a partir de segunda-feira, dia 25. A decisão foi articulada durante reunião da categoria no final da tarde de hoje.
A UPA e Hospital da Vida são administrados pela Funsaud (Fundação de Serviços da Saúde), subordinada à Secretaria municipal de Saúde do município. Em crise financeira, a autarquia acumula dívida milionária com fornecedores e prestadores de serviços, como médicos.
Sem previsão de receber os salários, a categoria optou por anunciar na segunda-feira que irá optar por greve. No entanto, conforme lei, para que o movimento tenha eficácia, a paralisação só pode ser feita 72 horas após o anúncio, ou seja, a partir de quinta-feira. Ainda assim, 30% do efetivo de profissionais manteria os serviços.
Conforme apurou a reportagem, os profissionais estão exaustos, sem expectativa e desanimados. Na noite deste sábado, por exemplo, a informação é que não havia médico plantonista no Hospital da Vida, maior hospital na área de trauma na região sul do Estado, responsável por uma população de 900 mil habitantes.
Dificuldade financeira
O prefeito Alan Guedes encontrou dificuldade de pagar o salário dos servidores neste mês de janeiro. Com pouco dinheiro em caixa, 85% da folha só foi quitada na quinta-feira passada.
A folha de dezembro deveria ter sido paga no início do mês de janeiro, mas a gestão anterior não fez a previsão orçamentária e não deixou dinheiro em caixa para o pagamento.
A estratégia escolhida para pagamento levou em conta a maioria dos servidores. O saldo remanescente a pagar, no valor de R$ 8.883.764,38, será quitado em três parcelas dentro do mês de fevereiro.
Ficou definido que os valores serão depositados na conta dos servidores nos dias 5, 16 e 26 de fevereiro, totalizando R$ 23.981.827,13. Com o escalonamento do restante a prefeitura também ganha fôlego financeiro para honrar encargos trabalhistas e outras obrigações que somam cerca de R$ 15 milhões e que também são referentes à folha de dezembro.
No entanto, os médicos ligados a Funsaud não tem relação com a prefeitura, já que são contratados pela Fundação. Ainda não há informação sobre quando vão receber, tanto o pagamento de dezembro quanto os atrasados.