Os reservas do Santos seguraram a surpreendente vitória e aumentaram a desconfiança sobre o São Paulo

| TRIVELA/LEANDRO STEIN


Mesmo sem ter um elenco tão estrelado, o Santos colheu bons resultados ao longo da temporada apostando em estratégias e sabendo de suas limitações. Neste domingo, o Peixe escalou em uma equipe quase inteiramente reserva para encarar o São Paulo, pensando na Libertadores. Mesmo assim, venceu o San-São dentro do Morumbi. Os santistas levaram perigo quando subiram ao ataque e seguraram a pressão na defesa, com outra grande atuação do goleiro João Paulo. A vitória por 1 a 0 sai muito melhor que as previsões dos alvinegros. Enquanto isso, os tricolores veem a boa fase ficar para trás e o time se desgastar. Apesar do domínio territorial, os são-paulinos não converteram a posse de bola em gols. Com motivos claros, saem cada vez mais preocupados com as chances de título, apesar da liderança preservada.

O São Paulo contava com retornos importantes em relação à derrota humilhante para o Red Bull Bragantino, como Arboleda e Luan. Ainda assim, o time não estava completo e , na principal ausência, Pablo apareceu no lugar de Luciano no ataque. O Santos, por sua vez, vinha com um time repleto de reservas. Apenas Lucas Braga havia sido titular contra o Boca Juniors no meio de semana. Cuca também deu espaço a outros jogadores que apareceram bem no time durante a temporada, com menções principais ao goleiro João Paulo e ao volante Sandry.

O primeiro tempo teria pouca qualidade no Morumbi. Seria um jogo bastante travado, não apenas pela chuva intensa que encharcava o gramado, mas também pela postura das equipes. O Santos era muito mais feliz em sua estratégia, ao se fechar na defesa, sem dar brechas ao São Paulo enquanto os rivais trocavam passes. O caminho ao Peixe estava na velocidade, ainda que os alvinegros falhassem na hora de construir os contra-ataques. Desta forma, os primeiros minutos guardariam pouca ação, com a letargia são-paulina e o resguardo santista.

Sem que o São Paulo fizesse muito para levar perigo à meta de São Paulo, a grande chance do primeiro tempo foi do Santos. Aos 24, o Peixe encaixou um ótimo contragolpe. Lucas Braga deu lindo passe para Arthur Gomes e o atacante bateu cruzado. O tiro estourou na trave e, na sobra, Juanfran quase deu bobeira ao fazer a proteção. Tiago Volpi precisou driblar Arthur Gomes para aliviar o perigo. Até pelas limitações, Cuca era bem mais feliz em sua estratégia. Os alvinegros não tinham grande responsabilidade, mas se empenhavam na defesa. Enquanto isso, o Tricolor sentia o peso da ocasião. As principais ameaças vieram no fim do primeiro tempo, com um chute para fora de Daniel Alves e um carrinho de Juanfran que João Paulo pegou.

Se o primeiro tempo tinha guardado um aviso ao São Paulo, o Santos não precisou de nem um minuto na segunda etapa para mirar sua vitória. Arthur Gomes fez ótima jogada pela esquerda e rolou para Jobson, que invadiu a área. O meio-campista se enroscou um pouco na conclusão, mas se livrou de Luan e, de bico, conseguiu tirar do alcance de Volpi. Com o gol, o Peixe ficava mais à vontade em sua ideia de jogo e até incomodou um pouco mais na sequência. Os tricolores acordaram aos 11, quando Juanfran serviu e o chute prensado de Brenner parou em João Paulo. Logo depois, seria a vez de Gabriel Sara tentar e mandar para fora.

Vítor Bueno entrou no lugar de Léo, mas o Santos também acionou os principais nomes no banco, com as incursões de Kaio Jorge e Pituca. Alison, Pará e Luan Peres também entrariam pouco depois. A necessidade era toda do São Paulo, que apertava e não conseguia finalizar com tantos espaços. Os tricolores começavam a apostar nos cruzamentos sem muito resultado, com a defesa alvinegra se segurando. O time se posicionava todo no ataque e tentava empurrar os visitantes no Morumbi, mas pecava na criatividade. E a tentativa de Fernando Diniz seria dar mais presença de área, com Tréllez e Carneiro a partir dos 27.

Apesar da insistência do São Paulo, a defesa do Santos continha o abafa. E não surpreenderia se um novo gol saísse do outro lado. Volpi precisou sair do gol para salvar, numa jogada de Kaio Jorge e Lucas Braga. Do outro lado, o Tricolor voltou a acertar a meta aos 34 e também viu João Paulo manter o placar, desviando uma cabeçada de Arboleda. O goleiro seria um dos maiores motivos à frustração dos são-paulinos. Quando a pressão era incessante, ele brilharia aos 40, numa cabeçada perigosíssima de Brenner. Hernanes e Paulinho Bóia foram as últimas substituições de Diniz, o que não surtiu efeito. No fim, os anfitriões não romperam as trincheiras santistas e de novo Volpi evitaria um saldo pior, em outra defesaça contra Lucas Braga antes do apito final.

O São Paulo sofre a terceira derrota em seus últimos cinco jogos no Campeonato Brasileiro. O momento realmente não inspira confiança e o time retoma erros que pareciam restritos ao passado. Com 56 pontos, resta torcer contra a concorrência no restante da rodada, ao menos com a ajuda do Ceará na vitória sobre o Flamengo. O Santos, por sua vez, sobe aos 42 pontos. Na oitava colocação, a mente está voltada ao duelo contra o Boca Juniors na Vila Belmiro. Uma vitória num clássico desses, de qualquer maneira, contribui à motivação.



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