A relutância do homem de perdoar o próximo e a si mesmo é um grande inibidor de seu próprio crescimento. Ao preferir cultivar esse sentimento que provoca rancor, revolta e até ódio, o indivíduo se fecha para sentimentos mais nobres que se instalariam em seu peito permitindo ver e sentir a vida de maneira muito melhor, mais colorida, segura e alegre.
Os lares e as famílias são os ambientes e pessoas mais caros ao homem. No entanto, na contramão desse conceito, estes são também os terrenos férteis para as sementes da discórdia, mãe das brigas e desentendimentos, que provocam feridas que não se fecham, e que são carregadas, sem se cicatrizar, por longo tempo e até por toda uma vida.
O fardo de uma ferida aberta é muito pesado. Muito difícil de carregar. Todos aqueles que insistem em viver com mágoas e rancores provocados por conflitos com seu próximo (parentes, amigos, colegas de trabalho, vizinhos...) ou consigo mesmo (autopiedade) passam a se transformar em pessoas amargas, pessimistas, desmotivadas e, consequentemente, tristes. Correm risco inclusive de contrair doenças por conta do entesouramento desses sentimentos ruins no peito.
É lamentável e triste saber que membros de uma mesma família carregam pesados fardos de magoas, uns dos outros, por longos períodos sem se perdoar. Como podem, pais e filhos, se desentenderem a ponto de provocarem um grave rompimento da célula mater da sociedade? O pior é saber que na maioria dos casos o orgulho prevalece e nenhum dos lados tem interesse de tratar e estancar a ferida.
E para agravar ainda mais esse quadro, agora mesmo, em plena quarentena, onde no Brasil e no mundo o homem se viu obrigado a se recolher no próprio lar, em família, para não se contaminar com o Covid-19, houve incontáveis rupturas desta célula, provocando milhares de divórcios e separações.
Os números estão sendo contabilizados agora, mas já comprovam que muitas famílias foram incompetentes na convivência por um tempo mais longo com todos reunidos num mesmo ambiente. Lamentável e triste, pois o resultado desse ajuntamento deveria ser ao contrário, ou seja, de fortalecimento dos laços matrimoniais e das relações de pais e filhos, cônjuges, em amor, alegria e carinho.
Infelizmente serão novos relacionamentos interrompidos que provocarão dores e sentimento de revolta e (até) de vingança no coração de jovens e adultos.
Deus, na sua infinita bondade e sabedoria, que nos conhece como ninguém, deixou-nos Suas Escrituras Sagradas para que nos servissem de bússola para trilharmos com alegria, sabedoria e dignidade toda longa estrada da vida. Ele nos ensinou também que devemos perdoar a todos, até mesmo os nossos inimigos. Sua grande sabedoria está alicerçada no fato de permitir que todo aquele que perdoa sente um grande alívio, uma leveza e alegria incríveis no corpo e na alma. Quem O obedece e experimenta essa sensação, compara o alívio com o tirar um elefante das costas.
O homem precisa rever seus conceitos e procedimentos que vão contra o verdadeiro sentido da vida que é viver em harmonia consigo mesmo e com o próximo. E que a família, entre tantos valorosos adjetivos, é sim a mais importante e sagrada célula da sociedade. Assim sendo, perdoar agora é necessário e vital, porque amanhã pode ser tarde demais.
*Jornalista e Professor
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