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‘Os guardiões da Pedra de Dourados’, - José Tibiriça Martins Ferreira
| FOLHA DE DOURADOS
No sábado, quando não vou à nossa propriedade rural, costumo passar por ali (Pedra) de bicicleta para rever alguns amigos e dar-lhes um bom dia. Num banco ao lado da farmácia popular de manipulação, sentam-se alguns deles para colocar as notícias em dia.
Por precaução estão sempre mascarados como os que ficam em pé ao redor.
Há cerca de 50 anos ao lado existia o bar luchezi, com um movimento maior, ponto de concentração de corretores de gado, enfim, de vários negócios. Contratavam-se peões para as comitivas, pois a maioria do rebanho de gado vinha por terra e sempre havia falta dessa mão-de-obra.
Hoje quem ali frequenta são pessoas idosas, com algumas exceções, ainda no ramo de corretagem, mas em número pequeno. Quem anda meio sumido é o Severino com sua maquininha fazendo as apostas no jogo do bicho. Outros apenas para por a conversa em dia, como o ex-delegado Telê, o contador Rufino, o advogado Ubirajara Melo, o Guerreiro, o topógrafo Jamil Campos Aum, Alvacir, fiscal aposentado do estado, o ex fotógrafo aposentado da prefeitura José tubaina. Esses têm cadeira cativa no local, de segunda a sexta-feira e no sábado na parte da manhã ainda alguns aparecem.
A cerca de 30 metros tem o bar do Takeo onde pode-se tomar um cafezinho ou uma cerveja , onde uma plêiade de jornalistas passam rapidamente como o Waldemar Gonçalves, o russo.
A história da pandemia afugentou parte dos guardiões, que fazem por assim dizer um rodízio voluntariamente seguindo as normas da OMS.
Amanhã não saberemos o futuro deste local, o progresso muda muito o comportamento da população. Esses são os últimos dos moicanos e não sabemos quem serão os seus sucessores futuramente.