Você sabia? Fãs e ídolos dividem espaço em túmulo do Palmeiras

| GAZETA ESPORTIVA


O jazigo oficial do Palmeiras fica a poucos metros do Estádio do Pacaembu (Foto: Acervo/Gazeta Press)

Os caixões podem não ser verdes e brancos, como diz uma das canções entoadas pelo público nas arquibancadas, mas o Palmeiras tem um túmulo oficial. No Cemitério do Araçá, localizado na Zona Oeste de São Paulo, torcedores e ídolos dividem espaço com um dirigente.

Coincidentemente, o Cemitério do Araçá fica a poucos metros do Estádio do Pacaembu, palco de históricos títulos conquistados pelo Palmeiras ao longo da história. Do túmulo com tons verdes, identificado com o símbolo do clube, os gritos da torcida são facilmente audíveis.

O atacante Segundo Villadoniga, enterrado no jazigo oficial, participou da Arrancada Heroica de 1942, lograda justamente no Pacaembu. Conhecido como “El Arquitecto', o uruguaio marcou 52 gols em 138 jogos pelo Palmeiras de 1942 a 1946 e, radicado em São Paulo, morreu em 2006.

O atacante José Romeiro, também chamado de “Sputnik Brasileiro', apelido reproduzido em sua lápide com uma falha na grafia, faleceu em 2008 e foi o último a ser enterrado no túmulo do Palmeiras. Autor de 63 gols em 116 partidas de 1958 a 1962, ele conquistou o Paulista de 1959 e a Taça Brasil de 1960.

O primeiro ‘inquilino’ do túmulo oficial do Palmeiras foi Onofre Mazza, falecido em 1968. Nascido na Itália, ele mantinha uma joalheria localizada no centro da capital paulista e acabou assassinado na porta de sua residência poucos dias depois de ser eleito conselheiro vitalício do clube.

O torcedor Cléo Sóstenes, ex-presidente da Mancha Verde, também teve uma morte trágica. Com apenas 24 anos, foi assassinado nas imediações da sede da torcida organizada em 1988. Até hoje, o grupo leva aos jogos bandeiras com a imagem do antigo líder.

Nascido na Itália, Giovanni Capalbo, mais conhecido como “João Gaveta' por atribuir as derrotas do clube à má-fé da arbitragem, também está no túmulo do Palmeiras – o apelido consta na lápide. Considerado torcedor símbolo do clube, ele faleceu em 1984 e teria nascido em 26 de agosto de 1920, dia e mês da fundação do Palestra Itália.

Vicente Ragognetti, responsável por conclamar os italianos a criar um time de futebol para representar a colônia em 1914, também foi enterrado no jazigo oficial do Palmeiras, em 1977. No entanto, os restos mortais do jornalista, um dos fundadores do Palestra Itália, acabaram removidos para outro túmulo, também no Cemitério do Araçá.



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