Dados preliminares mostram que a atividade industrial no Estado de São Paulo se reduziu numa intensidade que não se observava há muitos anos. Ela já estava fraca em março e diminuiu de maneira notável em abril. O sensor da indústria divulgado há pouco pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que estava em 47,3 pontos em março – já mostrando redução da atividade no mês –, caiu para 34 pontos em abril. Resultados abaixo de 50 pontos indicam que o empresariado industrial está pessimista com relação ao desempenho nos meses vindouros.

É o menor nível desde junho de 2006, quando esse indicador começou a ser aferido pela Fiesp. O resultado fica 3,8 pontos abaixo do que, até o mês passado, tinha sido o pior desempenho da série, de 37,8 pontos, registrado em janeiro de 2009, quando o impacto da crise financeira mundial atingiu duramente a economia brasileira. Nem na recessão deixada pelo desastroso governo de Dilma Rousseff se viu a indústria numa situação tão dramática.

A queda em abril, segundo a Fiesp, reflete “de forma mais clara as medidas de distanciamento social” e “indica forte retração da atividade industrial paulista” no mês.

Dados de março já justificavam o pessimismo do setor. Naquele mês, as vendas reais da indústria paulista caíram 5,1% em relação a fevereiro, o número de horas trabalhadas na produção diminuiu 4,8% e o nível de utilização da capacidade instalada, 0,9%. Os salários reais médios ficaram praticamente estáveis (redução de 0,1%).

O sensor é composto por vários itens e todos eles mostram que a expectativa do empresariado é de piora do quadro. O desempenho mais fraco é o do item mercado, com 28,2 pontos em abril, ante 44,7 em março. A queda mostra como se deteriorou rapidamente a expectativa quanto ao desempenho do setor em que opera a indústria consultada. O item vendas, com 30,6 pontos, confirma a previsão de queda expressiva do faturamento.

O item investimento, com 28,5 pontos, igualmente mostra o pessimismo do empresariado. O melhor resultado dos componentes do sensor da indústria foi o do item emprego, com 44,7 pontos, o que está próximo da estabilidade (50 pontos) e sugere que boa parte das empresas já fez o ajuste do pessoal às novas condições da economia (O Estado de S.Paulo, 6/5/20)



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