Meio Ambiente
Projeto busca prevenção a incêndios florestais
| CLIMA TEMPO
Nos meses de estiagem, uma antiga prática florestal utilizada para viabilizar plantios ou renovar pastagens pode se tornar um problema: as queimadas. Utilizado como técnica agropastoril, o fogo é uma ferramenta para manejo do solo. Quando sai do controle e se transforma em incêndio, entretanto, é capaz de provocar graves prejuízos ambientais.
As ações de combate contra queimadas realizadas pelo Projeto Conexão Mata Atlântica são focadas, principalmente, na prevenção. As atividades educativas acontecem durante todo o ano, incorporadas à extensão rural que é característica da atuação dos técnicos nas propriedades rurais; no outono e no inverno, porém, são bastante intensificadas.
No estado do Rio De Janeiro, onde o fogo atingiu, em 2019, 1.650 hectares localizados nas 39 Unidades de Conservação, segundo dados da Gerência de GuardaParques (GGPAR), do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A coordenação do Projeto Conexão Mata Atlântica na região promoveu campanha de prevenção e combate às queimadas.
A Operação Corta-Fogo, formada com a participação de diferentes níveis de governo, empresas parceiras e comunidades, é a responsável por prevenir, controlar e monitorar incêndios no estado de São Paulo.
O município de São Luiz do Paraitinga é o principal parceiro da Unidade de Conservação do Núcleo Santa Virgínia, do Parque Estadual Serra do Mar (PESM), nas ações imediatas de combate aos focos de incêndio no território e, também, a área que mais sofre risco de queimadas com a chegada do inverno - a maioria, associadas à ocupação humana e ao uso desordenado do solo.
Marcelo Massaharu Araki, coordenador estadual do projeto Conexão Mata Atlântica em Minas Gerais, conta que o Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio) é responsável pelas ações de prevenção, controle e combate aos incêndios florestais na região. O Instituto Estadual de Florestas (IEF) oferece materiais de educação ambiental, os quais os técnicos do Projeto Conexão Mata Atlântica aproveitam para utilizar nas visitas às propriedades rurais, ocasião em que fornecem assessoria de extensão rural em produção e conservação do meio ambiente, esclarece.
'Nas visitas técnicas habituais, são fornecidas orientações de como prevenir incêndios, como fazer os aceiros, que são a área de capina ao redor da propriedade e que servem de proteção para o fogo não 'pular', a importância de não colocar fogo em pastagem para recuperação e outras', diz Marcelo, que aproveita para desfazer o mito de que o fogo renova as pastagens: 'informamos ao produtor sobre o prejuízo, pois muitas vezes ele vê que o resultado é uma área verdinha e não sabe que, na realidade, ao colocar fogo ele perde muito, empobrece a microbiologia e o solo fica exposto'. O coordenador do projeto esclarece que a melhor metodologia é manter a pastagem sempre baixa, diminuindo o volume de material comburente.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, a incidência de incêndios na Mata Atlântica, no ano de 2020, cresceu 44% – foram 3.479 focos este ano contra 2.395 no mesmo período de 2019. Vale lembrar que o alastramento do fogo pode ser responsável por diversos danos à saúde, inclusive nas áreas urbanas.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 apontam que incêndios florestais causam 75% das emissões de gás carbônico na atmosfera do país, podendo levar ao aumento de doenças respiratórias como bronquite, asma, rinite e algumas formas de câncer.
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