No plantão criminal desta terça-feira (5), a justiça apreciou a prisão em flagrante de um ex-funcionário que roubou a motocicleta que utilizava para fazer entregas no serviço.

Por volta das 15 horas de ontem (4), a proprietária de uma lanchonete no bairro Jardim Los Angeles estava em seu estabelecimento comercial, que fica no mesmo terreno de sua residência, quando um rapaz de 22 anos, que já havia trabalhado para ela como moto entregador, ingressou no local. Sem dizer nada, o jovem caminhou até a motocicleta que pilotava no serviço e montou-a. Ao ser interpelado pela dona do comércio sobre o que estava fazendo, o rapaz teria sacado uma arma da cintura e ameaçado-a, ordenando-lhe que não chamasse a polícia ou voltaria para matá-la e a toda a sua família.

Assim que o suspeito saiu com o veículo, porém, a mulher ligou para seu esposo e informou o ocorrido. Prontamente, o marido da vítima foi ao seu encontro e, de carro, pôs-se a procurar o ex-funcionário pelo bairro. Pouco tempo depois, cruzou com o mesmo na rua e, em uma rápida manobra, conseguiu o fechar. O jovem então desceu da moto e tentou fugir a pé, mas foi logo capturado pelo cônjuge da vítima e por populares. Ao deterem o suspeito, pode-se perceber que a pistola utilizada no roubo era, em verdade, de brinquedo.

Nas averiguações feitas pela polícia, os proprietários da lanchonete informaram que o jovem havia prestado serviços de entrega na modalidade de diarista por dois dias na semana passada. Contudo, foi dispensado pelos empregadores por ter faltado ao serviço. Os donos ainda afirmaram terem pago todos os valores combinados e que não ocorreu nenhum desentendimento com o funcionário.

Embora, de início, o custodiado tenha confessado ter cometido o delito em um ato de desespero, pois sua esposa está grávida, prestes a dar à luz, no interrogatório da polícia o jovem alegou que seus antigos patrões possuíam dívidas trabalhistas com ele. No mesmo depoimento, o rapaz negou ter feito qualquer ameaça, tenso apenas mostrado estar armado para a dona da lanchonete.

O magistrado em plantão criminal, Carlos Alberto Garcete de Almeida, ressaltou que, embora haja Recomendação do Conselho Nacional de Justiça acerca da máxima excepcionalidade na decretação de novas ordens de prisão preventiva, principalmente no momento atual de pandemia da Covid-19, verifica-se que o autuado já tem outras passagens em crime da mesma natureza, e que o delito agora praticado teria sido mediante violência ou grave ameaça à pessoa, não sendo, portanto, recomendável a concessão de medidas cautelares mais brandas. Deste modo, o juiz decretou a prisão preventiva do custodiado.