Cine Ouro Verde também sediou shows e festivais

| REDAçãO


O Cine Ouro Verde também foi um importante espaço cultural, social e de entretenimento de Dourados durante várias décadas. Foi palco de inúmeros shows e de festivais de música e de Ballet, além de solenidades diversas. E claro, fazia parte do cotidiano das pessoas através do cinema, que foi considerado a sétima arte mundial – as outras seis: arquitetura, pintura, escultura, música, poesia e dança.
O Cine Ouro Verde foi inaugurado em 18 de julho de 1957, na Avenida Marcelino Pires, pela empresa Irmãos Rosa, com capacidade para mil pessoas. No entanto, encerrou suas atividades em 1985. Na época, a empresa contava com um outro cinema, o Ouro Branco, que funcionava na Avenida Presidente Vargas. O Ouro Branco também fechou. Só que em março de 2007, já que não conseguia concorrer com os cinemas do Shopping Avenida Center.
Inúmeros cantores famosos realizaram shows no Cine Ouro Verde no final dos anos 60, dentre eles Wanderley Cardoso e Jerry Adriano. Nos anos 70 também aconteceram inúmeros shows no local, principalmente de grupos regionais.
No final dos anos 60 foi realizado no Ouro Verde o Festival Matogrossense da Canção, que foi transmitido pela Rádio Clube de Dourados. O evento foi organizado pelo Sr. Ataliba, que veio para Dourados gerenciar uma loja de eletrodomésticos.
Esses festivais – de músicas interpretação e inéditas – aconteceram no período de 1968 a 1971, revelando inúmeros talentos, dentre eles Isaac de Barros, Getúlio Teixeira, Ilson Boca Venâncio, Moacir Stein, Victor Wagner Conde, Loide Nascimento, Leônidas Além, dentre outros.
O último festival, o de 1971 (música inédita), teve como vencedor Getúlio Teixeira, que hoje reside em Porto Alegre.
Em seu livro “Dourados e sua Cultura: Memórias das artes comentadas”, lançado em 2014, Ilson Boca Venâncio lembra que o Festival Matogrossense da Canção surgiu em 1968, na época da ditadura do regime militar, em pleno vigor do decreto AI-5, o que dificultava a criação de fatos novos, através da música, por exemplo.
Por isso, a princípio, discutia-se um festival somente com músicas de interpretações. No entanto, compositores daquela época bateram o pé e, com isso, o evento teve duas categorias, abrindo espaço para as canções inéditas.
Nos anos 80, o Cine Ouro Verde também foi sede do Projeto Pixinguinha, uma promoção da Funarte, com várias atrações nacionais.
Hoje, no prédio onde funcionava o Ouro Verde, o cartaz é outro: uma loja de eletrodomésticos.



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